tag:blogger.com,1999:blog-43505423174864712822024-02-20T15:25:28.982-08:00Julio Leoncinidespertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.comBlogger148125tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-30236725733346150412021-07-05T12:41:00.006-07:002022-04-07T07:32:08.950-07:00Os desencaixados<p>Na rua de baixo haviam portões</p><p>Só se podia ver entre as grades</p><p>Eles viviam de forma meio normal,</p><p>Porem se diziam muito diferentes,</p><p>Entretanto, pareciam todos iguais.</p><p>A menina que ali nascia via cores</p><p>Mas só podia usar as que eram frágeis.</p><p>Já o menino nem as cores expressava,</p><p>Era chamado tolo aquele que pintava.</p><p>De cima podia se ver algumas caixas,</p><p>Eles passavam por elas e encaixavam,</p><p>Tinham formas feitas por outras bocas,</p><p>E outras que a própria boca esculpia,</p><p>Eram tantos verbos dentro dos portões,</p><p>As pessoas pareciam uma monografia.</p><p>É o que da quando se ve tanta coisa,</p><p>Quando se assiste tanta televisão,</p><p>A grade que se ve parecia uma tela</p><p>Com os mesmo personagens de sempre.</p><p>Destoavam de todos algumas Infâncias,</p><p>Seus movimentos e fala, não encaixavam,</p><p>Eles eram bobeira, brincadeira, verdadeira,</p><p>Traziam em si a beira da imprevisibilidade</p><p>No outro canto também divergente, </p><p>Havia a outra idade, aqueles mais velhos,</p><p>Que também já nãos se encaixavam,</p><p>Da seriedade faziam a fonte da realidade,</p><p>Para o resgate da fantasia sem a pressa.</p><p>Uma vez fui visto entre as grades,</p><p>Logo gritaram o louco esta a vigiar</p><p>E soaram o sinal que começou a gritar.</p><p>Louco, louco, louco!</p><p>Sempre me chamam de louco por sonhar,</p><p>Por não entrar na fila dos encaixados,</p><p>Por achar a normalidade uma imbecilidade,</p><p>Inutíl e estéril, e se isso é ser louco,</p><p>Quero ser amigo de todos os loucos,</p><p>Que agente viva fora das caixas,</p><p>E possa lembrar de ser infância boba,</p><p>Ser a velhice sábia sem pressa.</p><p>Todo mundo junto e misturados,</p><p>Fazendo de nós os desencaixados.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>.</p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-65960437296390400692021-06-22T07:37:00.007-07:002022-04-07T07:35:42.767-07:00O meu mar<p> Nas lágrimas que escorrem, sois um. Vejo as arvores que pousam
em mim</p><p>Os ventos que sopram o amanhecer das tardes que voam em sons.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Vejo quem semeou os pés de gente e esteve antes dos pássaros ninharem.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Já eu não sei se ainda poderei voar, um patinho feio teima em
não mudar.</p>
<p class="MsoNormal">Já viu minha imperfeição de noite, que depois se transforma
em dia?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Já viu água amansar o ímpeto do fogo e depois o fogo elevar
as águas?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não vou citar o arranha-céu dos animais que devoram a sobrevivência,<o:p></o:p></p>
<span face=""Calibri",sans-serif" style="line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Ou então a vida que semeia os voos de cada um
que beija as flores.</span><div><span><br /></span></div><div><span>Vim dizer dos vazios que me persegue, das ideias perdidas no escuro do depois,</span></div><div><span><br /></span></div><div><div><span>De quando eu olho para o topo das montanhas e vejo a paisagem que ainda não sou.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Os pés que hão de pular até lá em cima, mal conseguem dar as certezas dos passos.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Tenho estado em movimento errôneo, aquele que circula o tempo sem direção,</span></div><div><span><br /></span></div><div><span>Me pendurei na parede e dou voltas no relógio, o</span> tempo passa sem mim.</div><div><span><br /></span></div><div><span>Como eu queria ter a certeza dos rios, que correm e escorrem em direção ao mar,</span></div><div><span><br /></span></div><div>E nos anseio se preenche, desvia, espera e segue, todas as vezes que precisar.</div><div><br /></div><div>O que me falta é ser, botar as asas da liberdade para escorrer em mim.</div><div><br /></div><div>Deixar de observar e suar minha natureza da pele, para que possa sentir,</div><div><br /></div><div>E um dia, eu acorde do açude com a correnteza me levando ao meu mar,</div><div><br /></div><div>E na imensidão eu seja horizonte, aonde não tenha onde o tempo pendurar.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span></div><div><span style="font-size: 14.6667px;"><br /></span><div><br /></div><div><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div></div></div>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-26641912881679344112021-06-13T20:18:00.001-07:002021-06-14T08:07:51.483-07:00Um broto de impermanência<p>La onde se planta a existência,</p><p>A chuva regou o tempo com medo</p><p>E foi assim que nasceu o escasso,</p><p>Uma flor que brotou no vento</p><p>E um ser a colheu para refeição.</p><p>Comeu pela manhã feito pão</p><p>E da janela que estava enrijecida </p><p>Refazendo a luz já entardecida,</p><p>Eu vi o tempo beirando a perda</p><p>E de repente ele caiu no anseio...</p><p>Quase se afogou em mentiras</p><p>Mas o inacabável nada muito bem,</p><p>Suas braçadas de possibilidades</p><p>Ainda hão de se fazer mais chuvas.</p><p>Por que da agua se faz cantorias</p><p>E anoitecer ouvindo esse barulhinho!</p><p>Nos faz escrever o nosso sonho</p><p>Que redesperta o nosso eu risonho.</p><p>E rir de não ser só uma etiqueta</p><p>Nos leva a nos costurar sem marca</p><p>E de chuva podemos nos modelar</p><p>Preenchendo as nuvens que faltar</p><p>Para que nossas próximas colheitas</p><p>Sejam regadas pela chuva de riso</p><p>Levando embora o medo de existir</p><p>Escorrendo o eu sou assim</p><p>E brotando a impermanência. </p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-39091387857110183302021-05-21T18:05:00.004-07:002021-05-21T18:05:32.636-07:00Palavras de Arvore<p> Enquanto cedem as minhas irmãs</p><p class="MsoNormal">Faço um apelo.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Eu Abro a cortina</p><p class="MsoNormal">Verde,</p><p class="MsoNormal">Colorida,</p><p class="MsoNormal">De abraços a cor.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Respirar puro!</p><p class="MsoNormal">Filtrar,</p><p class="MsoNormal">Amenizar</p><p class="MsoNormal">Sombrear o calor.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Puderas o bicho evoluir</p><p class="MsoNormal">Aumentar, sem me transpor?</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Que as pernas imóveis</p><p class="MsoNormal">Espace,</p><p class="MsoNormal">Transpire,</p><p class="MsoNormal">Sem tênis pavimentado.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Onde o descaço caminhe,</p><p class="MsoNormal">reviva,</p><p class="MsoNormal">recomece,</p><p class="MsoNormal">sem ter raiz queimado.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">E a paciência doar tempo,</p><p class="MsoNormal">Aprendizado, o homem ser plantado.</p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Que de raiz e planta,</p><p class="MsoNormal">Dos pés,</p><p class="MsoNormal">No chão,</p><p class="MsoNormal">Um pássaro o humanize</p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p><p class="MsoNormal">Espalhe a semente por ai</p><p class="MsoNormal">Que brote</p><p class="MsoNormal">Que cresça</p><p class="MsoNormal">E floresça frutos de amor.</p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-67075040813356625942021-05-10T18:31:00.007-07:002022-04-07T07:40:14.256-07:00O mito da borboleta<p>Do pé de vento nasceu uma criança,</p><p>Ela nasceu feito borboleta voando.</p><p>Quando ainda era casulo já ouvia</p><p>E a pupa se enchia de despropósitos.</p><p>Até dizerem que ela seria pássaro, </p><p>Águia, mariposa, os dizeres a preenchia</p><p>E de gole foram propositando suas asas</p><p>Que de peso enferrujou e não voava.</p><p>No lombo da vida ela fez um ninho</p><p>E foi de passageira enquanto enrugava.</p><p>As rugas eram puxadas pelo anuviar</p><p>Fazendo o caminho de ser entupido.</p><p>Se entupiu com tantos copos de rótulos</p><p>Que ficou embriagada de paradigmas</p><p>Nas asas que antes existia arco-íris</p><p>Só batia o amarelo opaco do permanente.</p><p>A permanecia das asas em uma só cor</p><p>Perde o sabor de voar ao amanhecer,</p><p>Perdendo de vista o movimento do chão</p><p>Que de tanto rastejar o movimento,</p><p>Descobre que a incompletude pode voar,</p><p>Que as assas se despregam com o que falta</p><p>E do não saber pode-se dizer borboleta.</p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-81207944232652452082021-04-09T11:31:00.003-07:002021-04-12T18:36:07.672-07:00Esta poesia irá me escancarar<div>Por isso eu não vou assinar</div><div>Mas saiba que eu a escrevi</div><div>E em um poema não sei mentir.</div><div><br /></div><div>Eu venho sendo muito pobre</div><div>Desde a minha ultima relação</div><div>Nunca consegui sair nua na rua</div><div>Por conta da minha inibição.</div><div><br /></div><div>Meus olhos tem uma conjunção</div><div>Eles veem vênus e buscam o belo</div><div>Busca, isso em mim trás um elo</div><div>Uma romaria por quem eu amaria.</div><div><br /></div><div>Assim que a paixão me penetra,</div><div>Desabrocha um botão de coragem</div><div>E a medida que a paixão se eleva,</div><div>Ela se torna destemida e selvagem.</div><div><br /></div><div>E quando se transgride o ímpeto</div><div>E o soneto transpassa a paixão</div><div>Surge a calmaria e você respira</div><div>O passarinho constrói o ninho.</div><div><br /></div><div>Mas não se vive só de coragem,</div><div>É preciso de um banho de força</div><div>E essa força deriva do encontro</div><div>De estar a deriva e só receber.</div><div><br /></div><div>Receber do amor alguém, da força</div><div>Doar o amor a alguém, da coragem</div><div>Me falta sair um tanto da teimosia</div><div>De querer tanto dar e deixar receber</div><div><br /></div><div>Por que é assim que o amor se cria</div><div>"Mantenendo" a força para o incerto</div><div>Acendendo a coragem para seguir. </div><div>No dar e receber, na selvageria, na calmaria.</div><div> </div><div>E quando tudo isso ressoa em regresso,</div><div>Os olhos se entendem em discurso</div><div>E o amor desfila em dança a dois,</div><div>E então, não há mais nada a se escrever.</div><div><br /></div><div><br /></div><div> </div><div><br /></div><div><br /></div><div> </div><div><br /></div><div><br /></div><div><div><br /></div><div><br /></div></div>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-29027662128473913662021-04-04T12:43:00.003-07:002021-04-04T12:43:27.464-07:00A de ser poetaTão bom <div>quanto escrever </div><div>a poesia, <div>é ser parte dela.<br />
Não basta poetizar, </div><div>poesia tem que vivenciar.</div><div>
Agir com poética, </div><div>falar com palavras poéticas,<br />
Faça com poesia, </div><div>emocione com poesia.<br />
Assim a vida ganha mais cor.<br />
<br /></div></div>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-54766309153356622952021-03-29T08:40:00.000-07:002021-03-29T08:40:52.276-07:00Carpe Diem<p>Nas manhãs de ontem,</p><p>Morrem as memórias.</p><p>As que não acordam,</p><p>Pregadas na desistência.</p><p><br /></p><p>Nas manhãs de amanhã</p><p>Morrem as memórias</p><p>As que não acordam</p><p>Pregadas nos anseios.</p><p><br /></p><p>Nas tardes de ontem</p><p>Morrem as alegrias</p><p>As que enfim eu faria</p><p>De tanto pensar no amanha.</p><p><br /></p><p>Nas tardes de amanhã</p><p>Morrem as alegrias</p><p>As que eu não farei</p><p>Da tanto pensar no ontem.</p><p><br /></p><p>Nas noites de ontem</p><p>Morrem os sonhos</p><p>Os que adiou o dia todo</p><p>Por pensar em acordar.</p><p><br /></p><p>Nas noites de Amanhã</p><p>Morrem os sonhos</p><p>Os que adiou o dia todo</p><p>Por não conseguir dormir.</p><p><br /></p><p>Agora nas manhãs de hoje</p><p>Nascem as memórias</p><p>As que se põe a acordar</p><p>Pregadas na existência.</p><p><br /></p><p>Nas tardes de hoje,</p><p>Nascem as alegrias</p><p>As que estou a fazer</p><p>De tanta falta de pensar.</p><p><br /></p><p>Nas noites de Hoje</p><p>Nascem os sonhos</p><p>Os que morreram antes</p><p>Por você permitir-se renascer.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-50826546973432351182021-03-22T15:59:00.001-07:002021-03-22T16:13:10.346-07:00A relação friaNão me venha com beleza fria,<br />
esfriar meu leigo olhar viciado.<div>Visceral pela sua estética verde</div><div>Que amarga a mordida do tempo.</div><div><br /></div><div>É desse lugar que nasce o fim</div><div>Fecundado pela falácia da mente</div><div>Que mente pelo mártir do ego</div><div>Guiado pela gula da desilusão.</div><div><br /></div><div>Desnutrir do seu próprio prato,</div><div>Diz que dentro está sem roupa,</div><div>Rasgado, vais vestir-se pro outro</div><div>E penar, só pegando carona.</div><div><br /></div><div>Cuidado para não cair da boleia </div><div>Abraçado em ser sempre tripulante</div><div>Ajudante de suas encolhidas escolhas,</div><div>E navegar na relação em náuseas.</div><div><br /></div><div>Andar de mãos dadas ao mar,</div><div>A deriva delirante do normal</div><div>O que faz "mal" é dado no dia a dia.</div><div>Difícil de se manter saudável. </div><div><br /></div><div>E se for para acordar sem amar,</div><div>Abrir a janela da jangada sem sol,</div><div>Saio de fininho aos flertes sozinho,</div><div>Acenando aos passarinhos livres.</div><div><br /></div><div>Libertos desbravando o diferente,</div><div>Por que se não houver ou existir</div><div>O diferente, se não puder coexistir,</div><div>Vou desistir e caminhar cantando.</div><div><br /></div><div>Saber saborear a melodia da voz,</div><div>Vivenciando a saudável solitude</div><div>Que quando nutre o nativo ser,</div><div>É natural acariciar amor de dentro.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-76415449137042335842021-03-07T18:26:00.002-08:002021-03-07T18:52:25.621-08:00Vem me RegarTenho sentido um vazio<div>Ao me deitar só, na cama.</div><div>Nem a chuva de lagrimas</div><div>Me faz sentir preenchido</div><div><br /></div><div>Na verdade não tem chovido</div><div>E me tornei ainda mais vazio,</div><div>Como uma nuvem preta no céu</div><div>Que não derrama uma gota.</div><div><br /></div><div>Ela entra e deixa o dia nublado,</div><div>É isso eu estou o dia nublado.</div><div>Eu estou aquela tarde cinza,</div><div>Que nem ao menos chove.</div><div><br /></div><div>Enquanto chovia ainda sentia,</div><div>E sem sentir... Eu fico oco,</div><div>Um coco seco, que não sacia.</div><div>Não tem sentir para dar.</div><div><br /></div><div>Tudo que sente é pura ilusão</div><div>Uma miragem sedenta de amor</div><div>E quando chega no oásis,</div><div>Na verdade chegou no sertão.</div><div><br /></div><div>E o sertão me fez um visionário</div><div>Enquanto agonizava de ilusão,</div><div>Me fez parar de correr atrás do não</div><div>E deixar de ser da ficção missionário.</div><div><br /></div><div>Agora voltei a ser semente,</div><div>E tenho muitos frutos a dar,</div><div>Mas vou ficar aqui quietinho</div><div>Esperando alguém me regar.</div><div><br /></div><div> </div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-61154573453988603412020-10-09T17:59:00.002-07:002020-10-16T07:19:14.478-07:00Homem não chora<p> La onde minha criança mora</p><p>Disseram que homem não chora</p><p>O que faço com a vontade de chorar?</p><p>Se eu engolir eu vou engasgar.</p><p><br /></p><p>Eu ja mastiguei rapido o medo,</p><p>Por que homen não tem medo,</p><p>Ja tive indigestão de fraqueza,</p><p>Por que homem tem que ser forte.</p><p><br /></p><p>Ja vomitei meu sexo no ar</p><p>Por que homem não pode brochar,</p><p>Ja tive dor na barriga de sentir</p><p>Por que homem não é sensível.</p><p><br /></p><p>Tantas distorções de ser homem</p><p>Que me perdi no embaraço de imposições.</p><p>Até que um dia cansei de ser macho,</p><p>Aquele facho de intuições me levou.</p><p><br /></p><p>Eu cuspi minhas lágrimas na cara</p><p>Daquela sociedade dos machos</p><p>Que dizia escrachos da emoção,</p><p>Afinal dali, eu queria exoneração!</p><p><br /></p><p>É sufocante manter a pose viril.</p><p>Desmerecer aquela que te pariu,</p><p>Velar as dores e a fragilidade</p><p>Contra golpeando a igualdade.</p><p><br /></p><p>Não se bate no que é diferente</p><p>Se conversa, troca e aprende.</p><p>Alguem mostrar o jeito que é</p><p>Isso não te ofende.</p><p><br /></p><p>Isso é a natureza inconstante</p><p>Respeitando a diversidade</p><p>E não se erguer como arrogante</p><p>Se achando o dono da veradade.</p><p><br /></p><p>Homens se permitam, sintam a flor</p><p>Deixe escorrer o rio da sua dor</p><p>Faça das aguas de suas emoções</p><p>Uma fonte e não suas punições.</p><p><br /></p><p>Se quer ser um ser de verdade</p><p>Acredite na sua intuição</p><p>Se abra para sua emoção</p><p>E seja, seja o que tiver que ser.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-38726005366909990252020-09-16T18:48:00.005-07:002020-09-16T18:48:58.297-07:00Entre dia e noite<p> O silêncio toma a noite</p><p>Quando deleito o travesseiro</p><p>A angustia toma o folego</p><p>Que sopra escuro a direção.</p><p><br /></p><p>Como fechar os olhos</p><p>Se não percebi o dia?</p><p>Passei em vão na existência</p><p>Preguei me no inabitavél.</p><p><br /></p><p>Não posso os olhos deitar</p><p>E no amanhã poder mesmar.</p><p>É assim, os meus olhos!</p><p>Eles esperam o amanhã.</p><p><br /></p><p>Fico no meu olhar fixo</p><p>Mas não estou vendo nada.</p><p>Estou plantando pensamentos</p><p>Para ver se amanhece frutos.</p><p><br /></p><p>Se amadureço de ser gente</p><p>Se desato minhas insertesas.</p><p>Mas eu engasgo meu sono</p><p>Que acorda ainda na garganta.</p><p><br /></p><p>Entalado de sonhos esquecidos</p><p>Por não me deitar na alma.</p><p>Desmerecer a morte diaria</p><p>Por escrementar as escolhas.</p><p><br /></p><p>Pobre do dia que passa</p><p>Despercebido da vida.</p><p>Pobre da noite que passa</p><p>Despertada da morte. </p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-92099246959988152672020-08-24T20:31:00.001-07:002020-08-24T20:41:15.720-07:00Você é a fonte<p> Todas as tardes de orvalho, </p><p>Eu olhava o escuro do menino.</p><p>Tinha o andar de solidão.</p><p>Os pés eram bem ligeiros,</p><p>Trazia consigo um sorriso.</p><p>De manhã acordava o sol.</p><p><br /></p><p>Lembro do olhar de roupa</p><p>Que lhe vistia tão bem.</p><p>Disfarçava os trapos de ermo</p><p>Que ele respirava da flor.</p><p>Aquela flor na garrafa vazia.</p><p>O bebado já havia a tragado.</p><p><br /></p><p>As letras que o menino sorria,</p><p>Caia nos braços de cada esquina</p><p>E foi entorpecer os seus abraços.</p><p>O menino não compõe mais resina.</p><p>Ele ali, perdia os próprios passos.</p><p>Foi escorrendo de estar só.</p><p><br /></p><p>Mas ao anoitecer, já de pernas</p><p>Eu vi o menino no escuro.</p><p>Já nem era mais um menino.</p><p>Ainda tinha o andar de solidão,</p><p>Os pés ligerios e seu sorriso!</p><p>O sol o levará para ver a lua.</p><p><br /></p><p>Alguns dias levaram ele, eu vi</p><p>Trupicando de andanças torta.</p><p>Vai o que já não é mais menino,</p><p>Tentando subir na arvore morta.</p><p>Pegou os passos que cairam dai</p><p>E da fonte bebeu o amor por si.</p><p><br /></p><p>De escuro não via mais o menino.</p><p>Nem mesmo as pernas já crescidas</p><p>Procurei, eu desejava a hsitória.</p><p>Ela partitura as minha lagrimas.</p><p>E no ultimo gole do amor por si,</p><p>Percebi que o texto eu que escrevi. </p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-91701877920933830832020-08-24T16:05:00.001-07:002020-08-24T16:05:04.033-07:00Beija-florO meu corpo é minha casa,<br />
Minha mente a sala de estar,<br />
Minha memória é o quintal,<br />
Meu sentimento é a cozinha,<br />
Meu ego é o meu quarto<br />
E minha alma é minha cama.<br />
O meu ser é o silencio do meu sono<br />
onde a liberdade do beija-flor<br />
segue à beijar as flores.despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-18282171175924604052020-08-17T19:37:00.002-07:002023-01-18T06:27:46.094-08:00O dia passanteO silêncio me chamou para entardecer<br />
E eu, fui com ele para silenciar.<br />
Ao acordar a cama estava convidativa<br />
E me fez ficar mais um pouco com ela.<br />
<br />
O fazer me persegiu pela manhã,<br />
Veio chamar o silêncio para a balburdia.<br />
O dia que emprestou a sua casa,<br />
Disse para eu ganhar tempo comigo.<br />
<br />
No início da tarde o Fazer veio a porta,<br />
Queria levar o silêncio embora,<br />
Mas ele ficou ao meu lado, mudo<br />
E sem dizer nada, energizou o corpo<br />
Que se levantou e foi se espreguiçar.<br />
<br />
O fazer fez amizade com a mente<br />
E ficaram papeando alto para eu escutar.<br />
Era muito tentadora a conversa,<br />
Já que o Tempo deixou o dia comigo<br />
Era eu e ele entre o nascer do sol.<br />
<br />
Com esse Tempo todo ao meu lado,<br />
O Fazer não queria perder o Tempo.<br />
Foi ai que fechei os olhos e senti<br />
O Silêncio levando o Fazer para conversar,<br />
Bem baixinho ouvi: - O fazer sem sentido se perde.<br />
<br />
Ao abrir os olhos o Fazer estava na minha frente,<br />
Calmo como nunca e entre uma respiração disse:<br />
- Tome seu tempo que me apropriei,<br />
Não vou mais usalo sem você. Olhou para o Sentir<br />
<br />
O Fazer sentou e espiou o Sentir acabar,<br />
O Sentir estava fazendo massagem no Corpo<br />
E o Fazer esperou o seu momento de fala.<br />
Na conversa eles decidiram fazer comunhão<br />
Cada um agora teria seu momento e espaço.<br />
<br />
Todos vieram até mim e viram o Silêncio,<br />
Percebi o constrangimento e apreenção,<br />
Dei um passo a frente do Silêncio e disse:<br />
- Preciso ficar alguns instantes sozinho.<br />
Todos, inclusive o Silêncio partiram.<br />
<br />
Ao se aproximar o sol de nascer novamente<br />
Percebi que o Cuidado ficou ali, ao meu lado.<br />
Quando o Tempo me empresta o seu dia,<br />
Cuidar de mim é o mais importante<br />
O Fazer percebeu isso e fez coisa que gosto.<br />
<br />
Abri a porta e os convidei para um chá,<br />
Sentamos, bebemos, conversamos um bucado.<br />
Eu vi que tudo agora estava integrado.<br />
E eu achando que estava com a Solidão.<br />
Bom deixa eu ir que tenho muitos eus para lidar.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-35653131865513617912020-05-15T09:57:00.001-07:002022-02-23T19:42:44.555-08:00SaudadeA sede do amor,<br />
Quanto mais calor dos corpos,<br />
Mais sede de saudade se bebe.<br />
Chuva trás mais saudade<br />
Ao vela caindo de solidão.<br />
Ao som de estar aqui dentro<br />
E ela lá fora molhando o mundo.<br />
Tomo banho de saudade<br />
Ao saber que amo,<br />
Lavo o amor com as gotas de saudade<br />
Que caem do chuveiro.<br />
A agua alimenta a vida,<br />
Assim como a saudade alimenta o amor,<br />
A água é a fonte da saudade<br />
E a vida a fonte do amor.<br />
Não mergulho na saudade,<br />
Vivo no amor e bebo a sede da água<br />
Para que sempre haja amor.despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-90334872416871300832020-05-04T21:21:00.001-07:002020-05-15T09:51:12.439-07:00A casa de InerteHoje podemos dizer casa<br />
<div>
Não se dorme mais no hotel</div>
<div>
E o veraneio de fim de semana,</div>
<div>
Não é mais o refugio da vida.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Até mesmo onde mora Inerte</div>
<div>
Os pés tem pisado a vivo,</div>
<div>
Se não fosse hoje,</div>
<div>
Talvez a Inerte ainda estivesse</div>
<div>
Perdida no berço da construção.<br />
<br /></div>
<div>
</div>
<div>
Tem criatura a chorar de prendura (ato de estar preso)</div>
<div>
Nas lagrimas das suas escolhas.</div>
<div>
Já que esse açude é seu,</div>
<div>
Tu estas a beber da sua familia</div>
<div>
Feita aos moldes da boneca Emilia,</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Que não se trata de boneca comum,</div>
<div>
Foi costurada a mão, artesanal.</div>
<div>
Talvez seja o tempo do dialogo</div>
<div>
A fala em goles de matar a sede</div>
<div>
Sede de viver atemporal.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Hora de ganhar um toque de afeto</div>
<div>
E avizinhar os que amam</div>
<div>
Reconhecer os de perto</div>
<div>
Nas suas nuances esquecidas</div>
<div>
Ou que agora estão amadurecidas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E vale lembrar da liberdade</div>
<div>
Essa de poder se banhar nas aguas</div>
<div>
Que não banham a desigualdade,</div>
<div>
Dos que ainda vestem a rotina</div>
<div>
E são espostos ao que assassina.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Presos na preocupação da frente</div>
<div>
Onde passa o bonde das verbas</div>
<div>
E se não sobe, soa sangue</div>
<div>
As veias entopem de nervoso</div>
<div>
E as feiras passam fome.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Eis que esses ainda visitam hoteis</div>
<div>
Dormem fora e moram na rua</div>
<div>
Visitam seus afetos antes de dormir</div>
<div>
E não podem vivenciar a casa</div>
<div>
Estão voando sem ter asa.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Me disse uma frase o hoje,</div>
<div>
Tu deixe de desaforo </div>
<div>
E goze do seu aforo, privilégio</div>
<div>
De dar as mão aos segundos</div>
<div>
E poder entrar na porta que abriu.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Entrar e enfim poder encontrar</div>
<div>
A felicidade nas coisas acerca</div>
<div>
Parar de sair embriagado afora</div>
<div>
Procurando onde ela mora</div>
<div>
Se já sabes onde a tens . </div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
</div>
despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-83641371935043799272020-04-28T10:55:00.000-07:002020-04-28T10:55:08.283-07:00Eu escolhi ser PaiHá tempos eu desejo escrever sobre isso,<br />
Mas nunca me deixei,<br />
Pra mim foi dificil escrever<br />
para alguem que me apaixonei,<br />
Antes mesmo de nascer.<br />
<br />
Quando o vento sobrou no seu ventre,<br />
Levou o meu sentido,<br />
Era eu e ela e agora vinha o entre.<br />
Perdi o saber do que estava sentindo.<br />
A principio era confuso.<br />
<br />
No entanto o tempo trouxe o desfecho<br />
A batida rítmica da vida<br />
Trazia evolução, uma nova melodia<br />
E nesse compasso, fui aprendendo,<br />
Descobrindo o ser paterno.<br />
<br />
Percebi que o criará quando o vento soprou<br />
Que aquela turva confusão,<br />
Sem o sentido do sentir, era o sopro.<br />
Que aquele sentimento era o nascer<br />
De um pai novo.<br />
<br />
Que naquele momento, tomava a decisão,<br />
De ser pai de prontidão,<br />
Nem sabia mais era isso que acontecia.<br />
Porem tudo que é novo deve haver o pratico<br />
E o estudo, vivenciar e estudar.<br />
<br />
Meu caminho de pai, levou sim a estudar,<br />
Eu sentia, mas não sabia.<br />
Eu tinha que aprender esse novo papel.<br />
Fui me conhecer, deixar o que não queria mais<br />
Acabar com ciclos terminais.<br />
<br />
Foram duas primaveras florindo buscas,<br />
Agora era hora de plantar,<br />
Dos estudos passei a vivenciar, estar na presença<br />
Tudo que me tirava disso ficou no ar<br />
E ao filho fui me dedicar.<br />
<br />
Hoje depois de muitos verões de sol na cabeça,<br />
Esquentando as emoções,<br />
Sinto de corpo e alma que escolhi ser pai,<br />
É uma escolha, mesmo que o filho/a nasça<br />
Você tem que escolher<br />
<br />
Só depois que toma conciencia dessa escolha,<br />
Sentirá o que estou a te dizer.<br />
A relação pai e filho e muito mais que prover,<br />
É dedicação, amor, vivenciar e trocar.<br />
Ensinar e aprender.<br />
<br />
É mostrar que ser gente não é engolir o choro,<br />
Mas ensinar a poder sentir.<br />
Chorar junto para que depois possam sorrir,<br />
É mostrar que ser gente é poder errar<br />
E juntor vamos melhorar.<br />
<br />
Enfim cabem um monte de adjetivos aqui,<br />
Mas o que quero dizer,<br />
É para que se tem um filho ou vai ter, escolha<br />
Seja pai, seja mãe se dedique, não se deixe cair<br />
Só assim a humanidade pode evoluir.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-88121961811455156422020-04-20T22:39:00.001-07:002020-04-20T22:39:48.272-07:00DesumanamentoAs vezes a poesia se escreve<br />
em dez minutos<br />
E depois o pássaro<br />
Canta o soneto.<br />
<br />
Já ouviu o soneto de um pássaro?<br />
Ele solta todos os ventos<br />
De onde viu existência,<br />
Ai parece que ele sentou ali<br />
Só pra cantar.<br />
<br />
Mas cada asa que ele bateu,<br />
foi um ensaio de poema<br />
E esse foi o tema em que vi<br />
As lagrimas na pedra,<br />
Ela chorava o silencio das matas<br />
Que ressova os versos.<br />
<br />
Eu sinto falta dos diversos<br />
Cantos escritos por um sabiá.<br />
Ora na janela vinha o Piriquito<br />
E trovava seu grito da rua,<br />
Dai nascia muita prosa.<br />
<br />
Agora tem muita desconversa,<br />
A mata ficou la no silencio<br />
E por isso ninguem mais canta,<br />
Fica o zunido passeando<br />
de longe, se vê da janela.<br />
<br />
Dai a poesia não vem,<br />
Não tem nenhum vento<br />
Sem qualquer ave a avista.<br />
Aqui deve haver inexistência,<br />
Por causa dos ruidos .<br />
<br />
Ouve descuidos ao fazer<br />
Aquela janela envidraçada,<br />
Os passaros batiam nela<br />
Ao não ver a parada,<br />
Não havia mais o mato.<br />
<br />
Ouve um deshumanamento,<br />
Derrubaram-lhe as cabeças<br />
Ainda quando era muda,<br />
E quando se faz isso<br />
Todo ecossistema muda.<br />
<br />
Então agora para soar<br />
O poema dos passaros,<br />
É preciso de um sextar,<br />
Um sueto para viajar<br />
E ouvir de novo o soneto.<br />
<br />
Enquanto isso,<br />
Afastamos os passáros<br />
E perdemos o seu canto,<br />
Dorme-se e acorda-se<br />
Ao som dos zunidos<br />
de passaros sem voo.<br />
<br />
Seguimos criando gaiolas<br />
E Prendendo os poemas<br />
Numa cançao antiética.<br />
Sem as aves asando por ai<br />
Não se vê mais existência no vento,<br />
Perde-se a expressão poética<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-11579062833573571272020-04-13T20:49:00.003-07:002021-03-30T16:40:30.131-07:00DesperdícioHoje acordei e peguei meu celular,<br />
Eu vi um bocado de coisa boa,<br />
Foi ele que me fez despertar<br />
Eu carregava comigo o dia atoa.<br />
<br />
O dia foi se fazendo de estiagem<br />
Peguei o meu celular novamente,<br />
E compartilhei a imagem do tédio<br />
Ele dava dicas do que eu fazia.<br />
<br />
Tantas dicas que parecia assédio<br />
Já era uma da tarde que passará<br />
E eu ainda nem havia alimentado,<br />
Sentado a frente do por que!<br />
<br />
Mais tarde, perto das quinze horas,<br />
Eu já havia postado toda imagem<br />
Daquele dia que vi Dom Quixote,<br />
Fomentando o lema, "fazer o bem"<br />
<br />
Ai! Agora as 16 tenho uma live,<br />
Ensina a fazer em um só dia,<br />
Tudo aquilo que não fiz antes<br />
Com a promessa de não ser breve.<br />
<br />
Nossa acabo a live e são dezoito<br />
Pensei, e vi que tinha conversas<br />
Falei (escrevi) tanto que já são vinte,<br />
E tenho Pitágoras a fazer online.<br />
<br />
Ufa, são vinte e uma, hora do netflix<br />
Assisto um calmante, o dia rendeu,<br />
Mas amanhã estou comigo de novo!<br />
Vou ler um livro, fui adormecendo.<br />
<br />
E eu segui, assim me afastando<br />
Foram quase quarentena de dias<br />
Que eu continuei a se isolar de mim<br />
Até que um menino me acordou.<br />
<br />
Ei, você, acorda! Em tempos difíceis,<br />
Você pode ter duas escolhas<br />
Ou você se enche de coisa pra fazer,<br />
Ou você resolve e se preencher.<br />
<br />
Acordei e ele me levou para brincar,<br />
Brincamos de um tanto de vazio<br />
E nesse dia o tempo foi tão inteiro<br />
Que eu nem precisei contá-lo.<br />
<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-45367456454518365922020-04-06T21:19:00.004-07:002021-03-30T16:44:16.425-07:00Tudo que eu não faleiHoje, não venho dizer nada,<br />
Esse é o jeito que eu me abro.<br />
Tudo que escrevo hoje, é fato<br />
Mas na sombra do desconhecido<br />
<br />
Eu tenho uma ardente angustia<br />
aquela que corrói, que degrada,<br />
feito ferrugem que esfacela o peito,<br />
Mora de cautela em baixo da cama.<br />
<br />
Toda bagunça do meu intimo,<br />
É o monstro de baixo da cama,<br />
Que traz insonia para o acordar<br />
Bom, agora não vamos falar dela.<br />
<br />
Não te digo nada sobre a tristeza,<br />
Onde acordo ainda sem família,<br />
Mas sonho em compor essa partitura<br />
Já que não a escuto desde a amargura.<br />
<br />
Eu até já ensaiei um família,<br />
Mas não era a minha novela<br />
Foi difícil perder o capitulo dela.<br />
Por isso gravei a fita e reprisei.<br />
<br />
E então outra coisa que não digo,<br />
É sobre o medo avistado da janela<br />
Que aqui dentro não tem ninguém<br />
E de fora pode ver a sala da inércia.<br />
<br />
Será que eu nunca vou esta em casa,<br />
Eu sinto que ainda não a construí<br />
E morro de medo de ficar na rua,<br />
Sujeito a caridade da auto estima.<br />
<br />
E não vou dizer onde é o esconderijo<br />
Por que tenho prazer de estar lá<br />
Faz com que o tempo não exista<br />
E tudo passe, passa que até eu passo.<br />
<br />
Passo de tal forma que nem se vê<br />
Correndo para os braços da esperança<br />
E nela querendo, onde isso vai dar,<br />
Mas esquecendo de hoje estar sendo.<br />
<br />
Então chega o momento que não falo,<br />
Mas de jeito nenhum, zero eu falaria<br />
Que eu sinto falta interna e externa<br />
Que não a reconhecimento de si,<br />
<br />
Que eu me assombro de tal maneira<br />
Que não vale nada tudo que eu fiz<br />
A cicatriz esconde esse belo sorriso<br />
E eu não vou te dizer qual é a raiz.<br />
<br />
<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-81901761409284283152020-03-23T17:52:00.002-07:002020-06-17T17:21:38.063-07:00ConfinamentoTenho estado tão fora de mim,<br />
Não sei qual é a parte de dentro<br />
E esse confinamento me expôs.<br />
Fiquei pasmado ao me apresentar.<br />
<br />
No espelho, aquele que vejo sempre.<br />
Mas o olhar... esse era diferente,<br />
Me encarava cavo, de ver as vísceras<br />
E eu caia no entardecer poente.<br />
<br />
No topo da pedra vendo o por vir,<br />
Vinha uma arda e extensa solidão<br />
Nós já tínhamos sido apresentados<br />
A graça é que a conheci quando parti.<br />
<br />
Eu lembrei daquele olhar do espelho<br />
Percebi que o conhecia... de onde?<br />
De quando eu dentro mim vivia<br />
E podia hospedar minha presença.<br />
<br />
Pus me a chorar sem contorno,<br />
Fui embora um dia e me deixei.<br />
E o pior, foi não saber o outono<br />
Perdi a estação que caminhei.<br />
<br />
Agora, com esse repentino reencontro<br />
Com esse caótico ser de quarentena.<br />
De pronto, tive que pensar no olhar<br />
O que posso fazer comigo e pra migo<br />
<br />
Decidi me conhecer e vamos sair,<br />
Vamos tomar uma taça de vinho,<br />
Tratar de colocar a conversa em dia<br />
E voltar a me amar como já amei.<br />
<br />
Vamos fazer sexo sem o espelho,<br />
Não mais precisar gozar para fora<br />
Quero habitar de tal maneira o eu<br />
Que só de intuir já saiba que é meu.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-86295998509849230652020-03-16T19:19:00.002-07:002020-03-16T19:19:48.639-07:00É preciso o novo de novoOi amigo como você esta?<br />
- Eu estou prestes a morrer.<br />
Mas o que você tem amigo?<br />
- Tenho que deixar o ontem para trás.<br />
<br />
Mas como assim não entendo?<br />
- Desejo que eu morra ontem.<br />
Que horror morrer assim, para.<br />
- Você tem medo da morte?<br />
<br />
- Tenho claro, preciso viver ainda.<br />
Ai que você se engana meu amigo,<br />
Todo esse medo é que te faz morrer.<br />
- Cara como assim, não entendo?<br />
<br />
O medo da morte nos faz morrer<br />
Agente devia morrer todos os dias,<br />
Não ficar pregado na existência da vida.<br />
O que foi, não é mais você, morreu.<br />
<br />
A morte não é um fim, ao contrario,<br />
Ela é um começo, o ponto de partida,<br />
Quando você deixa morrer o Eu de ontem,<br />
Nasce um outro eu hoje, que morre,<br />
Que nasce outro amanhã, e amanhã e outro.<br />
<br />
Cada morte é importante, a morte da ideia,<br />
A morte do pensamento, a do vinculo,<br />
Até mesmo a morte de um amor<br />
Porque cada dia você precisa amar de novo.<br />
<br />
O medo da morte não deixa o seu filho viver,<br />
Não deixa a cada dia um outro você florescer.<br />
Quem é que vive sem se deixar morrer?<br />
Eu não tenho conhecimento de ninguém.<br />
<br />
- Mas amigo, como se morre em vida?<br />
Se morre quando você se muda,<br />
Quando você deixar um amor ir<br />
E abre a porta para outro entrar.<br />
<br />
Se morre quando você escuta alguém<br />
E deixa aquele conceito que tinha partir,<br />
Se morre quando você faz uma viajem<br />
E trás consigo o nascimento do aprendizado.<br />
<br />
Existe varias formas de morrer sabia?<br />
O problema é aceitar o fim da sessão<br />
É desapegar e sair da grande desilusão<br />
De que somos invariáveis, somos o ontem.<br />
<br />
Somos aquela criança cheia de ausência,<br />
Ou aquele que ontem não realizou a ação.<br />
Tudo que foi, serviu para a transformação<br />
Para remover o eu de um lugar e em outro por.<br />
<br />
Enfim, eu quero morrer hoje meu amigo.<br />
E a cada dia poder nascer mais vivo.<br />
E quem sabe depois de tanto existir,<br />
Eu possa feliz desse corpo poder partir.<br />
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<br />
<br />
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<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-58030840223808051042020-03-09T18:34:00.000-07:002020-03-14T09:53:59.743-07:00Era uma vezHavia em um mundo interno<br />
Uma cidade cheia de contos<br />
Cada dia se contava um novo<br />
Um bocado de estórias crescia.<br />
<br />
Nesta cidade havia o passado<br />
Ele era cultivado como alimento<br />
O povo sempre estava faminto<br />
E se nutria desse prato pretérito.<br />
<br />
Tudo estava ancorado e obsoleto<br />
O cenário no horizonte era dor<br />
As estórias que la eram amuleto<br />
Acabavam se tornando morador.<br />
<br />
As estórias aproveitaram do ensejo,<br />
Receberam o cortejo e culturaram-se<br />
A cidade tornou-se os seus contos<br />
Se esqueceu que amanha há recontos.<br />
<br />
A cidade dormia em um estrado<br />
Sem lembrar de assentar o colchão<br />
Então acordava com a mesma dor<br />
E não conseguia largar o bordão.<br />
<br />
Mesmo que chegasse alguém novo<br />
E vus contasse uma nova estória,<br />
O vasto vislumbre desse povo<br />
Não vus deixava ver outra trajetória<br />
<br />
Por fim aquela cidade virou museu<br />
O povo de la de dentro envelheceu<br />
Sem conhecer a cidade vizinha<br />
De onde vinha um povo efêmero.<br />
<br />
La, as suas estórias eram um amparo<br />
Para poder aprender estórias novas<br />
E dar de presente aos que ouvem,<br />
A nova visão do desenho das nuvens.<br />
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<br />
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<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4350542317486471282.post-90512340580838336652020-02-26T05:27:00.001-08:002020-03-26T06:43:49.331-07:00Somos passistasÉ Carnaval<br />
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Eis que a folia se revela<br />
E agente apela para liberdade<br />
Caem se as mascaras de papel<br />
Que desenhamos as repressões<br />
Caem se em demasia as cousas<br />
Que nos prendem nas ilusões.<br />
<br />
<br />
A roupa de quem se esconde cai,<br />
O esconderijo do medo se esvai<br />
E revela o corpo, e revela ela.<br />
E ai, de repente danças, abraços,<br />
Conversar abertas e muitos beijos,<br />
Que estão livres de quaisquer conceitos.<br />
<br />
É Carnaval<br />
<br />
Aquele medo das traças que a roem<br />
Não convêm, porque eles saíram.<br />
Também se libertaram de algo,<br />
Estão agora em algum lugar vago.<br />
Vestidos de roupas sensíveis<br />
E abrindo seu substantivo feminino.<br />
<br />
Os encontros não são mais adjetivos,<br />
Pronomes ou coisa e tal, ele é real,<br />
Provindo do ser, da vontade de sentir<br />
Pela liberdade de não ser conceitual.<br />
Os beijos não vão me nomear a nada<br />
E isso é o Carnaval meu camarada.<br />
<br />
É Carnaval<br />
<br />
Ainda que essa liberdade e comunhão,<br />
Venha acompanhada de uma alteração,<br />
Algo externo que nos conecta a essa ação,<br />
Vale sim sair se jogar e experimentar,<br />
Vale trocar de roupa e virar a fantasia<br />
Contar a história de Era uma vez Folia.<br />
<br />
Talvez um dia, depois de tantos Carnavais,<br />
Deixemos o externo e bebemos o interno,<br />
Tomemos doses de carnaval o ano inteiro<br />
Sendo roupas sensíveis ou não a tendo<br />
Atento com as vontade e não os adjetivos<br />
Sendo passistas e não só passantes nessa vida.<br />
<br />
É Carnaval.<br />
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<br />despertardopoetahttp://www.blogger.com/profile/11321204998811994179noreply@blogger.com0