terça-feira, 30 de agosto de 2016

Mãe

Um dia uma mulher fez florir ao chorar e depois sorrir,
fez do estrondo de um corpo que caiu a sua força.
Rodou a baiana de saia rodada dançando, flutuando,
fez a água ferver de beleza e então surge a criança.

Surge também uma mãe construindo biografia,
Sua dança de braços para o ar agora abraça, acaricia,
Se torna um mundo cheio de vida e ventania.
Que mãe nunca pensou em seu filho ao vento?

Desabar agua

O amor é a água que precisamos em doses
diárias para nos mantermos vivos,
mas se mergulharmos profundamente,
podemos morrer apegados.

São Cultural

São diferentes quando se aprende,
quando a profundidade o banha,
as imagem bonitas se transformam,
não são mais o banal cartão postal.



terça-feira, 10 de maio de 2016

Abacateiro

A vivencia tem seu tempo ato
e acato sua temporização, evolução
Todos somos frutos da natureza,
feitos de estação do verde ao maduro.

A vivência é regida pela pura arte,
Onde há transmutação e inspiração.
Ela é rebelde leva os padrões a marte,
Agente até tenta, mas não controla não.

Cada vivencia tem seu abacate,
não o fruto em si no literal,
Mas a semente a terra, a água,
O caule, tronco, folhas até o abacate.

Não basta inquietarmos o tempo
Queremos perturbar o natural, a vida.
Desrespeitamos a arte que é viver,
Sempre querendo o fim e não o meio.

Até as comidas queremos anteceder,
Tornar o verde maduro antes dele realmente ser.



sábado, 27 de fevereiro de 2016

Sagrado Masculino

Eu fui apresentado a Lua, ela quem cuidou de mim,
Aprendi a sentir, respeitar, vivenciar as suas estações,
Caminhei pela Lua Cheia e vivi as alterações das marés.
Me tornei um tornado de sentimentos lunares.

E assim o masculino reverenciou o feminino
Que o encobertou com seu manto trazendo inação
E, sem referencias se aconchegou no ventre
E la ficou, sendo aquecido por esse manto.

As vezes acontecia um despertar de súbito
Que agia no extremo oposto e se confundia,
Se misturava no machismo se achando masculino,
Assim trazia traumas e travas nos dois corpos.

Isso foi até que nasceu uma nova luz, um ser
Que me fez sair do manto e ser o manto,
acalentar e desenvolver um novo masculino,
E trazer essa energia na sua sacralidade.

Essa luz, me trouxe equilíbrio, a beleza do masculino
Me ensina rigidez, firmeza, ação com o toque do amor.
Ainda transito entre os polos, mas agora o reconheço.
Não me sega mais a luz da lua, não me assusta a volúpia.

Sei onde estou agora e transito sem medo nenhum.
É engraçado ver quando há o encontro dos dois,
Quando o sol me ilumina com outra Lua
E essa lua, esta tão cheia de luz que caio no seu manto.

Meu masculino desaba e quer seu aconchego.
Mas quando a lua está minguando sem luz,
o "masculino" logo se apodera e sai sem rumo,
Desordenado só se satisfazendo no ego.

Sinto que o masculino e o feminino se perderam,
Estão em algum lugar perdidos no meu interior,
Mas estão caminhando na sua força de atração,
E em breve essas duas forças enfim darão as mãos.

Assim dentro de mim não haverá mais o que temer,
Eu poderei dentro das minhas relações enfim, ser.