quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Nota aumentada

Eu estava sentado no balanço,
quando ouvi uma discussão.
Um casal que ali se beijava,
Estavam discutindo o prazer.

Eles tinham seus corpos,
dava para ver, era lindo.
Cada corpo se concebia,
Juntos eram total Poesia.

Eu consegui ouvi a pergunta
Está satisfeito com seu corpo?
Não, eles respondiam. E você?
Também não, então eles riam...

Riam por descobrir a satisfação,
De estarem juntos na insatisfação.
Que de tanto quererem ser desejados
dão o controle para serem controlados.

Por perceberem o absurdo que é,
Diminuir a beleza ou o que for,
Por uma só história, um só olhar
E decretar assim quem é o vencedor.

Por perceber como é paradoxal,
Achar o seu certo o certo universal
Ou achar seu erro o erro absoluto
Fazendo do mundo uma nota diminuto

Riam por ver o mundo em Poesia,
Por agora poder trans ver o mundo
Cada coisa, cada beleza, corpo, tudo...
Tudo através de democracia. 

O engraçado foi que depois,
Quando param de se beijar 
Deram as mãos e caminharam,
Estavam indo a algum lugar.

Quando viram uma "bela" flor
Um disse que linda essa flor
O outro respondeu, nem tanto.
Se olharam e voltaram a sorrir.




domingo, 23 de setembro de 2018

Me Abraça

Sabe, aquela noite em que
Você sente um grande vazio,
Que sentimos a falta de algo,
Ai ligamos a TV, a Internet,
Essas mídias procurando fora?

Ou saímos na busca de um abraço,
de musica, de dança, de beijo,
Algo que pareca preencher?
Ai quando você volta e acorda,
Ele ainda está deitado em você.

Em uma dessas noites,
Acordei ao seu lado,
Ai você me disse que;
Queria um lugar seguro,
um abrigo, então pensei:
Se minha morada não é abrigo,
é logico que me sinto perdido.
É como mendigo que tenho vivido.

Eu levantei e você veio comigo,
Ficamos em silencio uns instante
Aquilo era calmo e acolhedor,
Era como um banho de flor
Em seus olhos essenciais.

Ninguém havia me ensinado isso
Como me acolher daquele jeito.
Sabe, as vezes pode parecer cruel
Mas não dar as mãos
Faz com que você descubra o braço,
Faz com que você aprenda a levantar.
Essa é a nossa natureza, eu senti,
Eu percebi como é bom me abraçar.

Nessa noite eu aprendi
Que muitas vezes essa falta
É a falta de mim mesmo,
De sair de mãos dadas comigo,
De um flerte, me enamorar
De me acolher, me abraçar.
Fazer de mim...
A pessoas que mais quero ficar.






Desmistificando a Felicidade

Eu sou muito grato pela tamanha felicidade que sinto na minha vida e...

Não sou rico, nem tenho muito dinheiro, as vezes falta no mês.
Eu não conheço nem 5% do mundo em viagens. 
Não viajo todo o final de semana, não sou casado,
Não formei família e nem mesmo namorada.
Não tenho uma casa minha para morar,
Não larguei tudo para viajar o mundo,
Não tenho uma empresa, não sou empreendedor.
Não achei um propósito maior na vida (bem relacionado a trabalho),
Não sou famoso e nem mesmo inspirador.
Não vivo de luz, não tenho aquela mega disciplina para fazer tudo.
Não moro na praia (Se bem que gostaria), Ter filhos. ta bom essa sim, eu tenho.
Ah me esqueci, amigoados (amigos amados) essa parte eu também tenho, e etc...

Escolher ser quem você é e caminhar para ser cada vez mais,
E dentro desse percurso escolher ser feliz, independente do que aconteça fora.
Se você já fez tudo isso, que bom acrescente isso na sua felicidade por que não são as coisas
E sim você. Ninguém é mais feliz que ninguém por coisas, mas sim por querer ser.

Tudo isso para dizer que a felicidade está na escolha em ser.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Conto autoral

Eu andava por ai ouvindo histórias,
Aquelas contadas pelo coração.
Aquelas que eram memórias
Ditas pela ingênua imaginação.


Elas vinham todas do interior,
Lugar onde mora a verdade,
Chama atenção pela autenticidade,
Depois faz embelezar o exterior.


Sinto que hoje me perdi por ai,
Ouço histórias do reino de lá.
O que você me conta na palestra
É contrário do escrito na sua testa.


Abro o livro das suas histórias
Vejo elas sendo contadas por outros,
Vejo você contando outras histórias
E as suas a milhares de quilômetros.


Nesses contos há grandes desejos,
Alguns querendo mudar o mundo,
Alguns deixam os nossos lampejos
e saem do um e vão para o segundo.


Sinto Saudades dos vários enredos
Aqueles contados quando era criança
Onde não tínhamos os grandes medos
E as histórias eram da nossa essência.


O mundo era tão bom de se ouvir,
Não havia nada a se corrigir.
É hora de colocarmos vírgulas e lenhas,
Mudando as nossas próprias resenhas.


Então nossas histórias se alinham,
Vão de encontro a nossa natureza
E a sua infinita e efêmera Beleza,
Onde a vida e a morte caminham.


Sem a história do felizes para sempre,
Com um início, mas sem o ponto final,
Reescrevendo-a, mudando-a sempre,
Partindo sempre do seu conto natural.