Tenho estado tão fora de mim,
Não sei qual é a parte de dentro
E esse confinamento me expôs.
Fiquei pasmado ao me apresentar.
No espelho, aquele que vejo sempre.
Mas o olhar... esse era diferente,
Me encarava cavo, de ver as vísceras
E eu caia no entardecer poente.
No topo da pedra vendo o por vir,
Vinha uma arda e extensa solidão
Nós já tínhamos sido apresentados
A graça é que a conheci quando parti.
Eu lembrei daquele olhar do espelho
Percebi que o conhecia... de onde?
De quando eu dentro mim vivia
E podia hospedar minha presença.
Pus me a chorar sem contorno,
Fui embora um dia e me deixei.
E o pior, foi não saber o outono
Perdi a estação que caminhei.
Agora, com esse repentino reencontro
Com esse caótico ser de quarentena.
De pronto, tive que pensar no olhar
O que posso fazer comigo e pra migo
Decidi me conhecer e vamos sair,
Vamos tomar uma taça de vinho,
Tratar de colocar a conversa em dia
E voltar a me amar como já amei.
Vamos fazer sexo sem o espelho,
Não mais precisar gozar para fora
Quero habitar de tal maneira o eu
Que só de intuir já saiba que é meu.
segunda-feira, 23 de março de 2020
segunda-feira, 16 de março de 2020
É preciso o novo de novo
Oi amigo como você esta?
- Eu estou prestes a morrer.
Mas o que você tem amigo?
- Tenho que deixar o ontem para trás.
Mas como assim não entendo?
- Desejo que eu morra ontem.
Que horror morrer assim, para.
- Você tem medo da morte?
- Tenho claro, preciso viver ainda.
Ai que você se engana meu amigo,
Todo esse medo é que te faz morrer.
- Cara como assim, não entendo?
O medo da morte nos faz morrer
Agente devia morrer todos os dias,
Não ficar pregado na existência da vida.
O que foi, não é mais você, morreu.
A morte não é um fim, ao contrario,
Ela é um começo, o ponto de partida,
Quando você deixa morrer o Eu de ontem,
Nasce um outro eu hoje, que morre,
Que nasce outro amanhã, e amanhã e outro.
Cada morte é importante, a morte da ideia,
A morte do pensamento, a do vinculo,
Até mesmo a morte de um amor
Porque cada dia você precisa amar de novo.
O medo da morte não deixa o seu filho viver,
Não deixa a cada dia um outro você florescer.
Quem é que vive sem se deixar morrer?
Eu não tenho conhecimento de ninguém.
- Mas amigo, como se morre em vida?
Se morre quando você se muda,
Quando você deixar um amor ir
E abre a porta para outro entrar.
Se morre quando você escuta alguém
E deixa aquele conceito que tinha partir,
Se morre quando você faz uma viajem
E trás consigo o nascimento do aprendizado.
Existe varias formas de morrer sabia?
O problema é aceitar o fim da sessão
É desapegar e sair da grande desilusão
De que somos invariáveis, somos o ontem.
Somos aquela criança cheia de ausência,
Ou aquele que ontem não realizou a ação.
Tudo que foi, serviu para a transformação
Para remover o eu de um lugar e em outro por.
Enfim, eu quero morrer hoje meu amigo.
E a cada dia poder nascer mais vivo.
E quem sabe depois de tanto existir,
Eu possa feliz desse corpo poder partir.
- Eu estou prestes a morrer.
Mas o que você tem amigo?
- Tenho que deixar o ontem para trás.
Mas como assim não entendo?
- Desejo que eu morra ontem.
Que horror morrer assim, para.
- Você tem medo da morte?
- Tenho claro, preciso viver ainda.
Ai que você se engana meu amigo,
Todo esse medo é que te faz morrer.
- Cara como assim, não entendo?
O medo da morte nos faz morrer
Agente devia morrer todos os dias,
Não ficar pregado na existência da vida.
O que foi, não é mais você, morreu.
A morte não é um fim, ao contrario,
Ela é um começo, o ponto de partida,
Quando você deixa morrer o Eu de ontem,
Nasce um outro eu hoje, que morre,
Que nasce outro amanhã, e amanhã e outro.
Cada morte é importante, a morte da ideia,
A morte do pensamento, a do vinculo,
Até mesmo a morte de um amor
Porque cada dia você precisa amar de novo.
O medo da morte não deixa o seu filho viver,
Não deixa a cada dia um outro você florescer.
Quem é que vive sem se deixar morrer?
Eu não tenho conhecimento de ninguém.
- Mas amigo, como se morre em vida?
Se morre quando você se muda,
Quando você deixar um amor ir
E abre a porta para outro entrar.
Se morre quando você escuta alguém
E deixa aquele conceito que tinha partir,
Se morre quando você faz uma viajem
E trás consigo o nascimento do aprendizado.
Existe varias formas de morrer sabia?
O problema é aceitar o fim da sessão
É desapegar e sair da grande desilusão
De que somos invariáveis, somos o ontem.
Somos aquela criança cheia de ausência,
Ou aquele que ontem não realizou a ação.
Tudo que foi, serviu para a transformação
Para remover o eu de um lugar e em outro por.
Enfim, eu quero morrer hoje meu amigo.
E a cada dia poder nascer mais vivo.
E quem sabe depois de tanto existir,
Eu possa feliz desse corpo poder partir.
segunda-feira, 9 de março de 2020
Era uma vez
Havia em um mundo interno
Uma cidade cheia de contos
Cada dia se contava um novo
Um bocado de estórias crescia.
Nesta cidade havia o passado
Ele era cultivado como alimento
O povo sempre estava faminto
E se nutria desse prato pretérito.
Tudo estava ancorado e obsoleto
O cenário no horizonte era dor
As estórias que la eram amuleto
Acabavam se tornando morador.
As estórias aproveitaram do ensejo,
Receberam o cortejo e culturaram-se
A cidade tornou-se os seus contos
Se esqueceu que amanha há recontos.
A cidade dormia em um estrado
Sem lembrar de assentar o colchão
Então acordava com a mesma dor
E não conseguia largar o bordão.
Mesmo que chegasse alguém novo
E vus contasse uma nova estória,
O vasto vislumbre desse povo
Não vus deixava ver outra trajetória
Por fim aquela cidade virou museu
O povo de la de dentro envelheceu
Sem conhecer a cidade vizinha
De onde vinha um povo efêmero.
La, as suas estórias eram um amparo
Para poder aprender estórias novas
E dar de presente aos que ouvem,
A nova visão do desenho das nuvens.
Uma cidade cheia de contos
Cada dia se contava um novo
Um bocado de estórias crescia.
Nesta cidade havia o passado
Ele era cultivado como alimento
O povo sempre estava faminto
E se nutria desse prato pretérito.
Tudo estava ancorado e obsoleto
O cenário no horizonte era dor
As estórias que la eram amuleto
Acabavam se tornando morador.
As estórias aproveitaram do ensejo,
Receberam o cortejo e culturaram-se
A cidade tornou-se os seus contos
Se esqueceu que amanha há recontos.
A cidade dormia em um estrado
Sem lembrar de assentar o colchão
Então acordava com a mesma dor
E não conseguia largar o bordão.
Mesmo que chegasse alguém novo
E vus contasse uma nova estória,
O vasto vislumbre desse povo
Não vus deixava ver outra trajetória
Por fim aquela cidade virou museu
O povo de la de dentro envelheceu
Sem conhecer a cidade vizinha
De onde vinha um povo efêmero.
La, as suas estórias eram um amparo
Para poder aprender estórias novas
E dar de presente aos que ouvem,
A nova visão do desenho das nuvens.
Assinar:
Postagens (Atom)