segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Alma que dorme

Habitei um grande amor em casa
Mas o tempo dos humanos o levou
Ele cresceu e o coração esfriou
Foi se transformar em gente grande
Grande só não foi o tempo comigo.

Quando aparecia era bom pra passeio
Subia muitos morros em companhia
Eu sentia um cheirinho de Pai,
Pena que uma hora ele brisa partia
E eu ficava em alerta, em espera.

Mesmo a léguas de tempo e distância
O sentimento não desaparecia só crescia.
Passei a passar mais tempo com outros
Alguns me davam muito amor e prazer,
Cheguei até dividir camas quaisquer.

Mas a construção dos primeiros anos,
A parceria que se consolidou em prazers
Não havia nada a fazer isso desaparecer
E a todo encontro era aquela palpitação
E eu abanava o rabo feito um cão

Então hoje eu que me despeço dele
Eu que peço permissão para partir
E de ante vir receber seu carinho,
Poder vê-lo com meus olhos de despedir
Olhos que vus olha com graça e amor

Tchau meu amor. Te dei tudo que pude,
E saiba que sei o por que da distância
E mesmo com ela eu sempre soube,
Soube que o seu amor é enorme
O meu também e calma minha alma dorme

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Eu e o nada

Esses dias me vi no vazio,
E chorei entre paredes brancas.
Uma gota triste me contaminou
Fez meu mar ficar inabitável.

Passei a ver o caos no nada.
Não sei se o nada machuca
Ou machuca não fazer nada,
É uma pressão para produção.

A calma só vem quando eu durmo
Sendo que é difícil o dormir
A ansiedade me preenche
Com uma exposição de desenhos.

Ai eu fico nessas histórias
E a noite desaba no tempo
De repente logo, cai o sono
Então tenho um orgasmo sereno

Só que ai quando eu acordo
O acordar quer abraçar o sono
Mas a ansiedade já despertou
Ai eu fico meia hora de rolo

Até que viro os pés no chão
E tomo o rumo de corrida
Saio depressa em desordem
E passo os dias sem tempo

Quiça as vezes vejo as arvores,
Ou canto alto para o horizonte
Esse momento também me calmo
Benditos suspiros de Platão

Porem na maior parte das vezes
Fico procurando o que fazer
E passo o dia costurando
Remendando os nadas com algo

Então eu fico me perguntando
O que existe dentro do nada
Será que ele é inabitável?
Porque ponho tudo dentro dele?

Nessa reflexão tive uma luz
Esse preenchimento do nada
É uma fuga do meu ideal
Porque é no nada que existo

É no nada que eu imagino,
É onde os pássaros cantam
E a poesia preenche as notas
E nasce um pouco mais de mim.

É onde posso desfrutar de mim
E se não estou satisfeito em mim
O nada vai sim me machucar
Vou me apagar de coisas a fazer

Agora se eu estou real existindo
Cada nada me transforma em arte
Faço do dia cada vez mais nada
E do nada eu passo a existir.



domingo, 8 de dezembro de 2019

Coragem vadia

Foi um dia que amanheci coragem
E foi preciso sol para as plantas do pé
Enfim decidicem se firmar no chão
E depois dar alguns passou para a rede

Você não sabe como é preciso ousadia
Para ter tarde vadia deitadado na rede,
Aqui se vive todos com muita sede
O valor é dado pela massa de exaustão.

Quem mais cansa e enferma o coração
Tem o status e claro, boa reputação.
Por isso te digo é preciso ter ousadia
Sair da monotonia e não fazer nada.

Monótono é esse povo sem pulsação
Que vive em tensão, nem para e respira
Eu ganho a vida de tempos em tempos,
E sem muita pira, não perco meu tempo
Eu o ganho.

A cada instante que eu posso parar
Acontece um transformar é movimento
Quem tem coragem de se silenciar
Pra mim, é que tem status.
São os sensatos.




sábado, 16 de novembro de 2019

As suas faces

Naquela manhã de manchas caídas
eu subi em uma arvore de solene
e estava rebuscado o horizonte
havia um monte de duvidas polidas

Eu te confesso que ainda sou guri
E não sei findar meus sentimentos
Tenho um atraso em deixa-los sair daqui
Faço deles meu açude e mato a sede.

Fui subindo e me coloquei em órbita
De la pude ver o azul que aqui habita
E esse azul que bebemos é a esfera
Que gera todo essa vida de sentimentos.

Chaga a ser insensato os tantos eus
O eu que quer fazer, o outro descansar
O eu que quer solidão, o outro namorar
O eu que quer realizar, o outro sonhar
O eu que quer viver, o outro morrer
O eu que quer ser alguém o outro existir

Depois de escrever tudo isso correndo
E ler em pausa, lento, separando as silabas
Pude ver que sou tudo isso e mais um pouco
E olha, eu não sou louco! Sou é vivo

E enquanto vivo sou corrente de águas
tenho magoas, tenho alegrias, tenho tudo
Tenho vida e meu sentimento não é mudo
Ele fala pelos cotovelos e é bom ouvi-los

Velos passantes como estrelas cadentes
Levá-los como passageiros ao seu destino
Tocar o sino e deixar o sentimento partir
Sentar na praça e ver os dias de sóis poentes

E assim como não quero a eternidade do dia
O ensurdecimento do badalar eterno do sino
Ou viajar sem em dia nenhum poder chegar
Quero apenas aceitar minhas as faces da Lua.












domingo, 10 de novembro de 2019

Para onde vai a estrada

Eu tenho sido as estradas
com as curvas acentuadas,
No cair de água fico escorregadio
Fácil de cair no barranco da mágoa.

Por sua vez, ela me leva
A lugares desconhecidos
De encontro a aos meu desejos
E tenho lampejos da minha Eva.

Eu beijo Eva ao cair da tarde
Eu beijo ao anoitecer, ao amanhecer.
Eu beijo-a tanto, que meu corpo arde
E passa a mudar a origem do pranto.

Antes ela vinha por não te-la
E a eloquência era para vê-la
Ansiava  e me desconectava afim de...
Até que, enfim eu supri a minha sede.

Foi assim que senti a curva
Que converteu o sentido
Da ansiedade que me deixava desaurido
Ao procurar persistente os beijos de Eva

Agora que a tenho em horas
E acordo nela cheirando flores
Não sei por que sinto as mesmas dores
E a estrada em outra curva ainda choras.

Mas sigo seguindo o caminho
Eu tenho jeito para achar as retas
E de viagem em viagem vou beijando Eva
Até descobrir para onde essa estrava me leva,











domingo, 20 de outubro de 2019

Conversa de Passarinho

Um avoar de quem canta
E encanta na ingenuidade
Com palavras de assovio
Que ensurdecem de energia.

Esse foi o papo que tive
E obtive um bom mestre
Salve mestre passarinho
E o seu despretencioso canto.

Você já parou um dia
E quis entender o uirapuru?
Essa poesia que assovia
Não há de ter significado.

Já reparou a semelhança
Que tem a poesia e a criança?
Da boca as imagens saltam
E se cria, recria e transcria. (ato de criar subjetivamente)

Você pode ser perna de pedra
Ver a cor do ar dentro do copo
Ter tatuado sua licença poética
No pleno verão de seu corpo.

É assim que grita no pulo
Um gaiato inventivo
Que criou na mão o mundo
E transviu tudo que há.

E ele não parou por ai
Percebeu que nessa lixeira
Havia muitos restos de era
E foi de retalhos pintando.

Era cada emoção de tinta
Que quando já estava parede
Pediu agua de aquarela
E a cada gota se transformava.





sábado, 12 de outubro de 2019

A importância dos insignificantes

Eu fui subir no pé de mangueira
Para chupar um pouco de altura.
E la vi que as estrelas brilhavam no cair do dia.
Que o azul do céu na verdade era um abraço do nada.

E de nada, me supria o sorriso
de um punhado de crianças.
Que mais valia o canto de uma cigarra do que afinação.
Que o silêncio do vento só é quebrado pela lagrima.

Um dia eu fui de atrevido cair no irreal.
E foi assim que virei borboleta.
Eu vi as cores do branco que se vê no olhar que pensa,
Mas não é que pensa em algo importante, mas sim nas peraltagens.
Naquelas paisagens que só vê aqueles que nada vê.

Eu fui encantado pelas travessuras
Fui sair de sabedoria e voltei de pernas mansas.
Me amanheci com os pulos nas costas e fui florescer de mato.
Poque me atrai a simplicidade de que precisa o mato para crescer.
E foi assim que descobri o jeito insignificante de ser.

E isso me salvou de quem eu era
Da minha cansada vontade existir.
Poque pedi para uma criança se aproximar da minha existência
E ela acabou pulando no vento, olhou para o chão e sorriu.

E foi ai que descobri a importância do chão
A vontade de tragar um arzinho e andar em volta de mim
Nessa volta que conheci o Maneco, e ele me fez enxergar.
Conheci a importância de fazer parte dos insignificantes.



sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Meus medos

Eu tenho mais medo
Da vida do que da morte
A morte eu sei o enredo
Um dia ela me levará.

Já a vida eu preciso traçar,
É de responsabilidade minha
Eu decido que rumo tomará,
para onde minha vida caminha.

E sobre a vida penso na verdade
Viver ela na sua sinceridade.
Porém ela é uma relatividade
Não existe só um ponto de vista.

A verdade do meu eu idealista
É a mentira do outro panorama
Não é nada certo ter a conduta
Que minha verdade é absoluta

E já que muita verdade derrama
Porque todos enchem seus copos,
Os copos bêbados de conceitos,
Gestando assim os pré-conceitos.

Quem sou eu pra julgar engano,
e dizer que o que é seu foi erro,
Se é da característica da natureza
Soprar sons da orquestra em piano.

Cada tecla tem sua nota,
Infinitas possibilidades de ser,
E se nós tocássemos a vida
Não seriamo nós o agiota.

Não iriamos nos cobrar o exito
O ideal exagerado por si mesmo
A dualidade do mundo exausto
Que se some no ensaio cego.

Ai nego a semiótica da geografia
Enrico com as nobres conquistas
No fogo que arde na Amazônia
Na seca que bebe avidas vistas.

Na sobra que afoga os oceanos,
Na doença que fazem do nutrir
No cobiça que reduz o dormir
Na imposição de tantos tiranos.

Abremos o motor da circulação
Troquemos eles em volto aos braços
E vivemos não mais na comparação,
Na imagem, mas sim em nossos passos.




























sábado, 14 de setembro de 2019

A seia do intelecto

Tenho comido muitos livros,
Muitas palestras e cursos.
Fiquei obeso de consciência
E ficou difícil a locomoção.

Sinto meu corpo e alma cheio
Tanto saber, que trava o fazer.
É como se eu filmasse o tempo,
E o assistisse insistentemente.

Vendo a reprise dos meus atos,
Que anseia o matar do tempo.
Um assassino frio do momento
Que mata lento cada segundo.

Talvez eu mesmo precise morrer,
Como faz a expertise do outono.
Depois renascer com a busca,
O foco de quem foi tão profundo.

Mas como faço a passagem?
Onde reciclo meu descartável?
Onde encontro minha coragem
Para tornar o padrão mutável.

É nesse lugar que me encontro
Vasculhando o vasto meu eu
Para me desvendar e me abrir
As novas possibilidades de existir.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

A deriva

Quando partiu do medo de perder
A minguante vontade de te dizer.
Os brindes ficaram sem os olhos,
E os corpos ficaram sem a analogia,

Tornaram-me vazio de poesia,
Meu copo sem uma gota de amor.
Vou levar para reciclar essa teoria
De amor enxuto, para amor absoluto.

Por que o amor não se oculta a vista,
Ele vem amostra, solando, repleto,
Trazendo a tona o seu lado secreto,
E isso envolto do convívio vivo

Que se aprende no vinculo verídico,
Na conexão entre duas grandezas.
Não se pode considerar o amor,
O esconderijo das suas fraquezas.

O ato de amar, é se jogar no mar,
Ali suas emoções estão à deriva
E o manejo delas revelam o afeto
Que enseja o arrojo de se expressar

E quando é possível se expressar,
Ah... tu sente uma certeza sabe!
Te permite permear a existência,
Faz o existir ser sinônimo de sorrir.

Se sentir, estará segura para explodir,
Para dizer meias verdade sem medo
E o rochedo, ele se dissolve em flor
Cultivado na rega do acolhimento.

É na confiança que constrói o amor,
É na liberdade de poder se expressar,
É no ser acolhida quando precisar,
É poder ser você quando preciso for.






terça-feira, 20 de agosto de 2019

Jogo da Separação

A solidão da verdade,
me faz querer voltar
A ilusão das mentiras.

E na cadeira da solidão
De nada serve veras fora
Se dentro o falso o devora.

Cair nas garras da hipocrisia
Onde se serve o banquete
Faz do meu estomago azia.

Faço cara de esta tudo bem
Para manter o legado zen,
Mas dentro esta revirado.

Remexido por um espelho
E la a imagem que vejo
É de um bravo soldado,

Lutando contra si mesmo
E sem perceber a guerra,
Ou seja insabído da peleja.

Entrega a vida de bandeja
A quem te serve migalhas
Um mendigo da junção.

Mas quer saber, chega.
Não quero mais seu pão,
Fico com as minhas falhas.

Elas que preciso olhar,
Porque sem me reconhecer
Não há como me salvar.

Que seja sair pra receber,
Ou seja sair para dar
E na troca que aprendo.

Vou parar de jugamento
Vou seguir minha emoção
E se caso você me veja,

Que bom, que assim seja,
Sou eu não há perfeição,
E se quer estar esteja.

Parei o jogo separação
Sim é sim, não é não
Eu nao busco mais ilusão.






segunda-feira, 29 de julho de 2019

As pernas que não pude acompanhar

Ai se a lua cheia falasse,
Ela cantaria sua luz entre o coqueiral
E em um sigiloso copo vinho,
Ela banharia os corpos de um amor
Tao intenso e inconsciente,
Que só amanhecer saberia explicar.

Ele diria que aquele vento passante
Veio das asas do passarinho,
Aquele que ao avistar os olhos,
Fixou o voo do meu olhar.
Que só não a olhava quando se fechava em dança.

E as manhãs que acordavam com cheiro de ar,
Me envolvendo em um furacão tão suave
Que logo me tirava um sorriso desperto,
E de tão desperto eu flutuava nas horas 
E o dia era um mergulho no Gandhi.

Agente saia de mãos dadas por ai
E minhas mãos a sentia divertida
Me cuidava com essa alegria,
Me perfurava os sentimentos
E os findava no sonho de sua boca.

Perpassou o tempo e o pássaro voou
Percorreu o seu caminho liberto,
Livre para ciclo que mostra a lua
Com não só cantar, mas também uivar,
Gritando aquele sorriso de mulher.

Agora eu ouvi dizer que o pássaro,
O pássaro, ele não tinha asas,
Mas sim pernas tão rápidas, tão rápidas
Que eu, mesmo ágil, astuto e sagaz
Não fui capaz de a acompanhar

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Olhos covardes

Eu sempre procurei o amor,
uma procura árdua e intensa,
Ele era tipo a minha crença
e para o meu corpo o vapor.

Mas sempre o via bem distante
E se afastando do horizonte.
Passei primaveras de bafafá só,
Por achar que não era seu xodó.

Cheguei a me despir em escrita
para que enfim ele me escutasse,
e como se não bastasse, fui longe,
o nomeie como o meu parasita.

O culpava de toda minha inércia,
que só seria quem eu queria,
quando ele curasse a carência.
E a parti dai eu poderia então agir.

Foi ai que resolvi comer meu dia
Para que só pudesse o ouvir.
Quando ele me desse um alguém
Eu poderia não me achar aquém.

Só não sabia que enquanto escrevi,
Houveram tantos casos de amor,
Tantos... que não daria para contar.
E sabe porque eles não estão aqui?

Por que eu menti, sim fiz mentir!
E digo isso engolindo tanta dor.
Mas preciso gritar para ouvir,
Eu menti, eu menti, eu menti!

Falei que as poesias eram elas,
Aquelas que eu podia dizer sim
Por que elas já tinha um não
E eu não precisava sair do jardim.

E para aqueles casos de amor,
Ai! Para esses eu não escrevi,
Eles não podiam dar o que perdi
Que era me atribuir atributos.

Percebi que os sims vieram
desmerecidos por me quererem
Já o não, eu via como sábio,
Dispensam logo alguém inábil.

Então, foi assim que descobri.
Que não me estou enamorado,
Não me quero beijar ou estar,
Na verdade me vejo desbotado.

E não adianta passar as tardes
Querendo anoitecer entrelaçado
Se não há laços nos meus braços ,
Se meus olhos são covardes.


segunda-feira, 15 de julho de 2019

O que é intangível

Mais uma vez eu a vi
E não consegui agir
Eu congelei sem jeito
E disparou o meu peito.

Os meus lábios tremiam,
Os meus dizeres não saiam,
E quando resolviam sair,
Não dava para traduzir.

Só porque não me vejo,
Acho que sou um zero
Que não te leva fortuna
Que tem pra te dar coisa alguma.

Porque você iria me querer,
Se eu não tenho nada a oferecer?
Quantas críticas eu me faço
Até dar o meu primeiro passo.

As poucas vezes que realizo,
São tão sutis quanto invisíveis,
Surgem como um tímido sorriso
Mas toca as mais sensíveis.

Tocou você que é sensível
Que procura o que é intangível
Que fecha os e começa a ver
Tudo aquilo que tem para receber.
.

Por que quanto eu te encontro
Eu ofereço todo o meu vazio.
Um campo sutil e vasto,
Que vai além do que é visto.

Eu posso te dar o que valorizo
E não o que vem de valor
A coisa mais valiosa que 
Tenho pra te dar, é o amor.











sexta-feira, 29 de março de 2019

O romance dizia

Chamei o meu amor para folia.
Mas ela disse não, estava entretida,
Se estendendo em sua biografia.

Eu depois até li o livro,
Mas a história era a mesma
Ela sempre fugia.

O romance dizia que ela era linda,
Uma mulher incrível, de cair o queixo.
Sua força fazia tremer as pernas
Peludas de qualquer marmanjo.

Sabe aquele flor cheia de espinho
Que só com muita delicadeza,
Coragem e certa segurança
Você consegue o aroma do vinho.

Então, eu com a minha fragilidade,
A tocava com minhas mãos quente
Que andentrava e suavemente
Transpassava seu corpo poente.

Aos poucos os corpos intrínsecos
Iam se tornando tão intimos
Que ela acabou escorregando
E foi buscando desarrimos.

Era difícil para ela me olhar
Ver que eu era uma agua bebível
Mas não, ela queria se embriagar
Não queria agua potável, sensível.

Ela já era uma viciada, patriarcoólica
Não podia deixar de ser abusada.
E como eu só queria acompanha-la
Sem perceber ela ficou desanimada.

Depois foi embora levando sua força
Para usá-la na sua próxima jornada
Sendo que se abrisse o coração,
Não pegaria em vão novamente a enxada.

E no final as coisas se repetiam
Os encontros sempre aconteciam,
Mas a incessante busca pelo perfeito
Fazia ela não ver o seu próprio peito.














domingo, 17 de março de 2019

Eterno aprendiz

Cabe ao enfeite das palavras livrar meu mundo da monotonia.
Cabe a mim enfeitar meu mundo e o transformar em poesia.

A poesia vem quando algo pulsa tão forte dentro,
que toma vida própria e sai a expressar sem pedir licença.

Eu na minha crença, não consigo fazer nada que não viva em mim.
Então quando disser que te amo,
saiba que vem da vida que habita dentro de mim.

Não consigo ver o mar assim, sem pensar na areia que esta por baixo,
sustentando todas essas emoções,
se misturando entre gotas e grãos brotando botões.


Eles florescem ao cruzar nossas visões
que começam exalar suas cores e odores
E facilmente levam minha alma.

E com calma vou  navegar nos sonhos
E sair do estado acordado de medo de ser feliz.

E fazer o meu corpo gritar em canto lírico
E ser efêmero, e sabiamente um eterno aprendiz.

Conto natural

Eu andava por ai ouvindo histórias,
Aquelas contadas pelo coração.
Aquelas que eram memórias
Ditas pela ingênua imaginação.

Elas vinham todas do interior,
Lugar onde mora a verdade,
Chama atenção pela autenticidade,
Depois faz embelezar o exterior.

Sinto que hoje me perdi por ai,
Ouço histórias do reino de lá.
O que você me conta na palestra
É contrário do escrito na sua testa.

Abro o livro das suas histórias
Vejo elas sendo contadas por outros,
Vejo você contando outras histórias
E as suas a milhares de quilômetros.

Nesses contos há grandes desejos,
Alguns querendo mudar o mundo,
Alguns deixam os nossos lampejos
e saem do um e vão para o segundo.

Sinto Saudades dos vários enredos
Aqueles contados quando era criança
Onde não tínhamos os grandes medos
E as histórias eram da nossa essência.

O mundo era tão bom de se ouvir,
Não havia nada a se corrigir.
É hora de colocarmos vírgulas e lenhas,
Mudando as nossas próprias resenhas.

Então nossas histórias se alinham,
Vão de encontro a nossa natureza
E a sua infinita e efêmera Beleza,
Onde a vida e a morte caminham.

Sem a história do felizes para sempre,
Com um início, mas sem o ponto final,
Reescrevendo-a, mudando-a sempre,
Partindo sempre do seu conto natural.

















quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Espero aparecer

Do alto eu me vejo como formiga
Só as vezes eu me vi como igual
Esse mal é que me causa fadiga
E me faz não atingir o potencial.

E como as formigas eu carrego
Dez vezes mais culpa nas costas
E o fardo me faz ficar cego,
Tonto dando de cara nas portas.

Olho a atriz, uma moça de modas
E eu, me sinto um sujeito tolo
Que não é para mim aquele bolo
Não sou digno de cantar parabéns.

Que bobagem minha, é meu niver
Não sei por que ter tantos poréns,
Sou tão digno do amor para viver
Como também qualquer outro ser.

Ouço a cigarra ao cair da noite
Que canto maravilhoso é esse,
Minha voz se cala pelo boicote,
O medo do fracasso causa estresse.

Ai fico levando folha para o ninho,
Já que não me sinto apto para as artes
Em partes eu sigo meu caminho,
Mas com certo medo dos infartes.

Vou andar com o amigo Sócrates
Que depois de tanto conhecer,
Fez a conclusão de nada saber,
Vou juntar ele e o Maneco,

Vou levar água na peneira
como disse o seu menino
E nos despropósitos estimo
Ir com eles para a Natureza,

Na sabedoria do seu silêncio
E la, quem sabe eu apareça,
Me abrace com amor gentil
E aproveite tudo que eu mereça.








sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Asas do sentimento

Eu vejo os pássaros voando
E passo a pensar na galinha.
O que fazem aquelas asas la,
Se não podem sair a voar?

É assim que tenho respirado,
Admirando os voos verdes.
Fui tão domesticado que
Nem sei mais o que são aves.

Foi nas naves que me perdi,
No anseio de alçar apressado
De ser diferente do que existe,
Ser avião sem nem ter voado.

Eu vejo um tanto de aviões
Mas vejo poucas aves por ai
Varios vôos seguindo direções
Sem serem guiados pelo vento.

Não que não admire o vôo
O caminho que faz o avião,
Mas quero ser quem sou,
Bater asas ao sentimento.


















domingo, 27 de janeiro de 2019

Segredos da Noite

Eu soube de algo sobre a noite,
E foi ela mesma quem me disse,
No canto de uma estrela cadente.

Um segredo que só a mente,
Somente não compreende a Lua
A parte crua precisa estar aparente.

Então amanhã te conto tudo.

O amanhecer, estava desnudo.
Só com a brisa que passará no breu
E ela, levará tudo aquilo que era eu.

Não havia mais nenhum segredo,
Daquela noite só sobrara o medo
Do homem à reverenciar as rimas.

E então, o sigilo partiu em lagrimas.