quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Do novo para o original

Eu estava caminhando pela relva
Buscando o real ou abstrato novo
Foi dentro da semente do maracujá
Que jaz a fogueira de alguns anos
Eu vi a dor agarrada na fogueira.

Ela pregava a existência dura
Na fagulha desnuda de moldura
Onde a arte escorre bem arteira
Crava a criatividade costumeira
Costura o fogo que apaga crescente.

Cheio estava o jardim futuro
As idéias regavam os grilos
Estridulavam o traço inseguro
Entravam no anseio os sigilos.
Torto foi o fio da gargalhada.

A jangada vinha sendo puxada
Uma lesma trazendo a água
Eu mesma fiz intima a ferida
A autópsia avistava a proa
Fez o novo encontrar a volta.

De volta em volta na evidência
Atravessou o tempo de borboleta
Voltou a ser uma apalpa Original
Deixa fujir de ver verde luneta
E sorri junto do antes e do qual.




terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Pegar o dedo com a mesma mão

A minha infância faz eu querer ver o vento,
Ai quando tenho no olho um horizonte,
Vejo toda as coisas que são para se ver.
Mas eu logo começo ver uma imaginação.

De repente eu tomo o olhar das coisas,
Como os degraus veem o subir e descer,
Como o tronco parado dança no vento,
O que sente a agua no impacto do pulo.

Até o vento ao se deparar com os corpos
Uma vez vi o desenho que faz o som da boca ao ouvido,
Eu vi o rastro de nuvem no rabo de um periquito,
E também ouvi a luz do plâncton no rio.

Eu gosto de saber das coisas sem sentidos,
Ou melhor coisas sem idéias pré concebidas
Que se possa serem imaginadas e com varias possibilidades.
E é assim desde pequeno quando quis pegar o dedo com a mesma mão
E vai atée hoje que peguei o dedo e me fiz criança.