segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Você é a fonte

 Todas as tardes de orvalho,  

Eu olhava o escuro do menino.

Tinha o andar de solidão.

Os pés eram bem ligeiros,

Trazia consigo um sorriso.

De manhã acordava o sol.


Lembro do olhar de roupa

Que lhe vistia tão bem.

Disfarçava os trapos de ermo

Que ele respirava da flor.

Aquela flor na garrafa vazia.

O bebado já  havia a tragado.


As letras que o menino sorria,

Caia nos braços de cada esquina

E foi entorpecer os seus abraços.

O menino não compõe mais resina.

Ele ali, perdia os próprios passos.

Foi escorrendo de estar só.


Mas ao anoitecer, já de pernas

Eu vi o menino no escuro.

Já nem era mais um menino.

Ainda tinha o andar de solidão,

Os pés ligerios e seu sorriso!

O sol o levará para ver a lua.


Alguns dias levaram ele, eu vi

Trupicando de andanças torta.

Vai o que já não é mais menino,

Tentando subir na arvore morta.

Pegou os passos que cairam dai

E da fonte bebeu o amor por si.


De escuro não via mais o menino.

Nem mesmo as pernas já crescidas

Procurei, eu desejava a hsitória.

Ela partitura as minha lagrimas.

E no ultimo gole do amor por si,

Percebi que o texto eu que escrevi. 





Beija-flor

O meu corpo é minha casa,
Minha mente a sala de estar,
Minha memória é o quintal,
Meu sentimento é a cozinha,
Meu ego é o meu quarto
E minha alma é minha cama.
O meu ser é o silencio do meu sono
onde a liberdade do beija-flor
segue à beijar as flores.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O dia passante

O silêncio me chamou para entardecer
E eu, fui com ele para silenciar.
Ao acordar a cama estava convidativa
E me fez ficar mais um pouco com ela.

O fazer me persegiu pela manhã,
Veio chamar o silêncio para a balburdia.
O dia que emprestou a sua casa,
Disse para eu ganhar tempo comigo.

No início da tarde o Fazer veio a porta,
Queria levar o silêncio embora,
Mas ele ficou ao meu lado, mudo
E sem dizer nada, energizou o corpo
Que se levantou e foi se espreguiçar.

O fazer fez amizade com a mente
E ficaram papeando alto para eu escutar.
Era muito tentadora a conversa,
Já que o Tempo deixou o dia comigo
Era eu e ele entre o nascer do sol.

Com esse Tempo todo ao meu lado,
O Fazer não queria perder o Tempo.
Foi ai que fechei os olhos e senti
O Silêncio levando o Fazer para conversar,
Bem baixinho ouvi: - O fazer sem sentido se perde.

Ao abrir os olhos o Fazer estava na minha frente,
Calmo como nunca e entre uma respiração disse:
- Tome seu tempo que me apropriei,
Não vou mais usalo sem você. Olhou para o Sentir

O Fazer sentou e espiou o Sentir acabar,
O Sentir estava fazendo massagem no Corpo
E o Fazer esperou o seu momento de fala.
Na conversa eles decidiram fazer comunhão
Cada um agora teria seu momento e espaço.

Todos vieram até mim e viram o Silêncio,
Percebi o constrangimento e apreenção,
Dei um passo a frente do Silêncio e disse:
- Preciso ficar alguns instantes sozinho.
Todos, inclusive o Silêncio partiram.

Ao se aproximar o sol de nascer novamente
Percebi que o Cuidado ficou ali, ao meu lado.
Quando o Tempo me empresta o seu dia,
Cuidar de mim é o mais importante
O Fazer percebeu isso e fez coisa que gosto.

Abri a porta e os convidei para um chá,
Sentamos, bebemos, conversamos um bucado.
Eu vi que tudo agora estava integrado.
E eu achando que estava com a Solidão.
Bom deixa eu ir que tenho muitos eus para lidar.