segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Um abraço ao medo

O primeiro caminho do medo é o porto, 
ancorado na sua sombra, imóvel,
Porto abandonado, rejeitado, morto.
Você coloca o medo em modo intocável.

Você se separa e deixa que ele mergulhe,
mergulhe sozinho nas suas profundezas
Fique perdido sem que alguém que vus olhe
Encontrando os outros medos sem clarezas.

O segundo caminho do medo é porto,
abraçado na sua luz, pronto para partir.
Porto cheio de vida, empolgado, Horto,
Você o planta, o rega mas  o deixa florir.

Você da as mão, respira e mergulha com ele,
Vai atá onde dá. conhece suas profundezas
Leva a luz e clareia os olhos que vos repele,
Encontra os outros medos e vus da beleza.

Sabe não é fácil abraçar seu medo, da medo
É como a sombra, já apostou corrida com ela?
Não da para ganhar, ela faz parte não tem segredo
Então deite no chão e a abrace-a, sem teme-la

Ai sim, juntos em união de sombra e luz como ponte
Você poderá enfim atravesar seu medo e ver o horizonte.





terça-feira, 21 de agosto de 2018

Sou fraco para seguir vaga-lumes

As vezes me desmereço por me achar inútil,
por que fico alumbrando os pássaros,
por que ouço o som das arvores e quero abraçá-las.
por dar mais importância as águas do que a ouro.

Eu não tenho culpa se nasci desimportante,
se nasci criança e cresci sem importância.
Cresci caçando imaginação e tenho elas guardadas,
Fui procurar um norte e me encontrei vazio.

O meu propósito é simples e simplório,
é de sentir os cheiros das coisas, das palavras,
é sentir o cheiro das lembranças.
Fui caminhar e me percebi sem destino.

Estava correndo sobre pingos de sol,
vendo o desfazer da noite que faz um vaga-lume.
eu o segui. Faço isso as vezes, sigo a luz as escuras,
Sou denominado inútil por isso também.

E as vezes isso me torna triste, indigno,
Fico demasiado tentado a ser importante.
Mas ai, cai a noite e saio para caminhar,
O vaga-lume pousa no sonho e eu...
Eu saio para desimportância seguindo seu bumbum.

Fazer o que, sou fraco para seguir vaga-lumes.





quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Passe a vida a sorrir

Abrace a vida meu amigo e saia dançando com ela,
mas dance livremente, sem querer dançar mais ou melhor que alguém,
as vezes a conduza, mas deixe-a conduzi-lo também
Dance consigo mesmo, dance com o outro, dance para ser feliz,
não para entrar na academia ou para o famoso Bolshoi.

A vida meu amigo é sua, então se for chamado para o bando,
olhe para dentro, siga sua cadencia não permita que te desliguem,
desliguem seu pulsar interior, sinta o pulsar e o siga.
Mesmo se o medo vir, acredite. O medo é bom, por que
quando o superamos vemos que a coragem é ainda maior.
Assim como o pássaro que nunca voou pula na incerteza
E sem saber como, só abre as azas e faz o rasante,
Faça na sua vida rasantes de constantes voos.
Se permita ver o mundo, não através da mídia, novelas, comerciais.
Eles te envolvem em uma cegueira, fazem da vida uma ilusão,
Uma competição de que ter é melhor que ser. Meu Deus...
Seja você por mais maluco que isso seja, ande na rua cantando,
abandone o carro no transito e saia andando, pule de paraquedas,
sorria na rua sozinho só por que esta feliz, abrace o outro porque quiz,
se ache bonito sem ser miss. Cuide do corpo não para ser magérrimo
e arrasar na balada, mas sim porque ele é a sua morada.
Faça amigos não para conseguir emprego ou algo para produzir,
mas sim para que com ele possa sorrir.

Chega de competir vamos nos unir, compartilhar, amar.
Para amar precisamos um espelho.
Para poder ver que, o que mais nos apavora somos nós mesmos.
E quando vemos isso no outro, atacamos não o outro,
Mas sim nós mesmos, por não suportar essa parte que parte a ferida em nós.
A empatia meu amigo, a amizade e o amor são a chave.
Assim fazemos uma vida de efemeridades, igualdade, de diferenças.
E olha que lindo é a diferença, olhos azuis, verdes, castanhos, pretos.
Peles, negras, brancas, morenas, amarelas, vermelhas.
Preferiam que fossem todos cinzas?

E falando de olhos termino essa prosa lembrando que os olhos,
os olhos são as janelas da alma. Então vus olhe, abra sua alma,
Permita ver outras janelas, que espiem na sua janela também.
Assim avistaremos o divino ser que habita cada um de nós
E então teremos a capacidade inerente de existir,
deixar de sobreviver e passar a sorrir.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Dança Experimental

Eu entrei no salão para dançar,
Mas tava uma confusão entre mente e coração.
Me lancei no dialogo literal
E os corpos acabaram dançando, flutuando.

Teve de dança carnal até emocional,
Teve mordida boa, sensual
E teve mordida ferida, de lamento
Que por rebento trouxe o medo do fomento.

Por sonho eu queria tanto, tanto,
Por medo eu tanto fugia, corria.
Ainda mais que pela dança eu percebia
Que algo dentro ou fora havia agunía.

Algo que não me prendia, me levava,
Me levava para os sonhos antigos.
Antigo e náufrago, onde navega vícios,
Vícios que escondia, mas ainda os trago.

Ou melhor trazia, por que quando a beijei,
Lá os deixei, no beijo de despedida
Despedida do palco da atuação que forjei
Que ao apagar das luzes foi partida.

Aquela que não esquece a rota
Que enche o barco de tesouro, ouro...
Que brilha a consciência,  a barriga,
Traz abundância das experiências já vividas.