terça-feira, 26 de junho de 2018

A dadiva

Eu pedi ao universo e ele me deu,
Uma paixão, um sorriso seu.
Mergulhado nos seus braços,
Cada toque da sua mão, emoção!

Minha boca que encostava na sua,
imóvel, era um reflexo da desordem
que envolvia a minha alma nua
e agora ela com a sua... que dancem!

Minha respiração parou, denunciava
A minha entrega naquele momento.
Ao mesmo tempo minha energia vital,
Vibrava em minhas mãos, ventilando,
tocando seu corpo, dissolvendo a matéria

Nós, nos derretíamos em dança,
Transcendendo os corpos físicos.
Meus lábios enfim, de forma mansa,
se moviam, olhos viam o entardecer.

E depois de o sol se recolher, fui dormir
Acordei em leveza, achei que sonhei.
Então meu corpo sorriu em felicidade
Tendo a certeza que o sonho era realidade.



Quando vi o poeta

Eu vi a pessoa se aproximar do mar.
Ela tinha um andar de pessoa,
Ela tinha um olhar de pessoa,
Toda a sua aura era de pessoa.

E enquanto ela se aproximava,
O mar à esperava, se movia,
Ondulava envolto das suas emoções.
Claramente o mar a queria.

Quanto mais ela se aproximava
do mar, e o mar se aproximava dela.
Ah... era lindo, havia uma coisa,
uma força de atração descomunal.

E quando a pessoa tocou o mar,
e o mar a envolveu em suas águas,
Teve fim no que era a pessoa,
E nesse instante nasceu o Poeta.

Agora tudo a partir disso, era Poesia.