O silêncio toma a noite
Quando deleito o travesseiro
A angustia toma o folego
Que sopra escuro a direção.
Como fechar os olhos
Se não percebi o dia?
Passei em vão na existência
Preguei me no inabitavél.
Não posso os olhos deitar
E no amanhã poder mesmar.
É assim, os meus olhos!
Eles esperam o amanhã.
Fico no meu olhar fixo
Mas não estou vendo nada.
Estou plantando pensamentos
Para ver se amanhece frutos.
Se amadureço de ser gente
Se desato minhas insertesas.
Mas eu engasgo meu sono
Que acorda ainda na garganta.
Entalado de sonhos esquecidos
Por não me deitar na alma.
Desmerecer a morte diaria
Por escrementar as escolhas.
Pobre do dia que passa
Despercebido da vida.
Pobre da noite que passa
Despertada da morte.