quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Entre dia e noite

 O silêncio toma a noite

Quando deleito o travesseiro

A angustia toma o folego

Que sopra escuro a direção.


Como fechar os olhos

Se não percebi o dia?

Passei em vão na existência

Preguei me no inabitavél.


Não posso os olhos deitar

E no amanhã poder mesmar.

É assim, os meus olhos!

Eles esperam o amanhã.


Fico no meu olhar fixo

Mas não estou vendo nada.

Estou plantando pensamentos

Para ver se amanhece frutos.


Se amadureço de ser gente

Se desato minhas insertesas.

Mas eu engasgo meu sono

Que acorda ainda na garganta.


Entalado de sonhos esquecidos

Por não me deitar na alma.

Desmerecer a morte diaria

Por escrementar as escolhas.


Pobre do dia que passa

Despercebido da vida.

Pobre da noite que passa

Despertada da morte.