Por isso eu não vou assinar
Mas saiba que eu a escrevi
E em um poema não sei mentir.
Eu venho sendo muito pobre
Desde a minha ultima relação
Nunca consegui sair nua na rua
Por conta da minha inibição.
Meus olhos tem uma conjunção
Eles veem vênus e buscam o belo
Busca, isso em mim trás um elo
Uma romaria por quem eu amaria.
Assim que a paixão me penetra,
Desabrocha um botão de coragem
E a medida que a paixão se eleva,
Ela se torna destemida e selvagem.
E quando se transgride o ímpeto
E o soneto transpassa a paixão
Surge a calmaria e você respira
O passarinho constrói o ninho.
Mas não se vive só de coragem,
É preciso de um banho de força
E essa força deriva do encontro
De estar a deriva e só receber.
Receber do amor alguém, da força
Doar o amor a alguém, da coragem
Me falta sair um tanto da teimosia
De querer tanto dar e deixar receber
Por que é assim que o amor se cria
"Mantenendo" a força para o incerto
Acendendo a coragem para seguir.
No dar e receber, na selvageria, na calmaria.
E quando tudo isso ressoa em regresso,
Os olhos se entendem em discurso
E o amor desfila em dança a dois,
E então, não há mais nada a se escrever.