terça-feira, 28 de abril de 2020

Eu escolhi ser Pai

Há tempos eu desejo escrever sobre isso,
Mas nunca me deixei,
Pra mim  foi dificil escrever
para alguem que me apaixonei,
Antes mesmo de nascer.

Quando o vento sobrou no seu ventre,
Levou o meu sentido,
Era eu e ela e agora vinha o entre.
Perdi o saber do que estava sentindo.
A principio era confuso.

No entanto o tempo trouxe o desfecho
A batida rítmica da vida
Trazia evolução, uma nova melodia
E nesse compasso, fui aprendendo,
Descobrindo o ser paterno.

Percebi que o criará quando o vento soprou
Que aquela turva confusão,
Sem o sentido do sentir, era o sopro.
Que aquele sentimento era o nascer
De um pai novo.

Que naquele momento, tomava a decisão,
De ser pai de prontidão,
Nem sabia mais era isso que acontecia.
Porem tudo que é novo deve haver o pratico
E o estudo, vivenciar e estudar.

Meu caminho de pai, levou sim a estudar,
Eu sentia, mas não sabia.
Eu tinha que aprender esse novo papel.
Fui me conhecer, deixar o que não queria mais
Acabar com ciclos terminais.

Foram duas primaveras florindo buscas,
Agora era hora de plantar,
Dos estudos passei a vivenciar, estar na presença
Tudo que me tirava disso ficou no ar
E ao filho fui me dedicar.

Hoje depois de muitos verões de sol na cabeça,
Esquentando as emoções,
Sinto de corpo e alma que escolhi ser pai,
É uma escolha, mesmo que o filho/a nasça
Você tem que escolher

Só depois que toma conciencia dessa escolha,
Sentirá o que estou a te dizer.
A relação pai e filho e muito mais que prover,
É dedicação, amor, vivenciar e trocar.
Ensinar e aprender.

É mostrar que ser gente não é engolir o choro,
Mas ensinar a poder sentir.
Chorar junto para que depois possam sorrir,
É mostrar que ser gente é poder errar
E juntor vamos melhorar.

Enfim cabem um monte de adjetivos aqui,
Mas o que quero dizer,
É para que se tem um filho ou vai ter, escolha
Seja pai, seja mãe se dedique, não se deixe cair
Só assim a humanidade pode evoluir.






segunda-feira, 20 de abril de 2020

Desumanamento

As vezes a poesia se escreve
em dez minutos
E depois o pássaro
Canta o soneto.

Já ouviu o soneto de um pássaro?
Ele solta todos os ventos
De onde viu existência,
Ai parece que ele sentou ali
Só pra cantar.

Mas cada asa que ele bateu,
foi um ensaio de poema
E esse foi o tema em que vi
As lagrimas na pedra,
Ela chorava o silencio das matas
Que ressova os versos.

Eu sinto falta dos diversos
Cantos escritos por um sabiá.
Ora na janela vinha o Piriquito
E trovava seu grito da rua,
Dai nascia muita prosa.

Agora tem muita desconversa,
A mata ficou la no silencio
E por isso ninguem mais canta,
Fica o zunido passeando
de longe, se vê da janela.

Dai a poesia não vem,
Não tem nenhum vento
Sem qualquer ave a avista.
Aqui deve haver inexistência,
Por causa dos ruidos .

Ouve descuidos ao fazer
Aquela janela envidraçada,
Os passaros batiam nela
Ao não ver a parada,
Não havia mais o mato.

Ouve um deshumanamento,
Derrubaram-lhe as cabeças
Ainda quando era muda,
E quando se faz isso
Todo ecossistema muda.

 Então agora para soar
O poema dos passaros,
É preciso de um sextar,
Um sueto para viajar
E ouvir de novo o soneto.

Enquanto isso,
Afastamos os passáros
E perdemos o seu canto,
Dorme-se e acorda-se
Ao som dos zunidos
de passaros sem voo.

Seguimos criando gaiolas
E Prendendo os poemas
Numa cançao antiética.
Sem as aves asando por ai
Não se vê mais existência no vento,
Perde-se a expressão poética















segunda-feira, 13 de abril de 2020

Desperdício

Hoje acordei e peguei meu celular,
Eu vi um bocado de coisa boa,
Foi ele que me fez despertar
Eu carregava comigo o dia atoa.

O dia foi se fazendo de estiagem
Peguei o meu celular novamente,
E compartilhei a imagem do tédio
Ele dava dicas do que eu fazia.

Tantas dicas que parecia assédio
Já era uma da tarde que passará
E eu ainda nem havia alimentado,
Sentado a frente do por que!

Mais tarde, perto das quinze horas,
Eu já havia postado toda imagem
Daquele dia que vi Dom Quixote,
Fomentando o lema, "fazer o bem"

Ai! Agora as 16 tenho uma live,
Ensina a fazer em um só dia,
Tudo aquilo que não fiz antes
Com a promessa de não ser breve.

Nossa acabo a live e são dezoito
Pensei, e vi que tinha conversas
Falei (escrevi) tanto que já são vinte,
E tenho Pitágoras a fazer online.

Ufa, são vinte e uma, hora do netflix
Assisto um calmante, o dia rendeu,
Mas amanhã estou comigo de novo!
Vou ler um livro, fui adormecendo.

E eu segui, assim me afastando
Foram quase quarentena de dias
Que eu continuei a se isolar de mim
Até que um menino me acordou.

Ei, você, acorda! Em tempos difíceis,
Você pode ter duas escolhas
Ou você se enche de coisa pra fazer,
Ou você resolve e se preencher.

Acordei e ele me levou para brincar,
Brincamos de um tanto de vazio
E nesse dia o tempo foi tão inteiro
Que eu nem precisei contá-lo.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Tudo que eu não falei

Hoje, não venho dizer nada,
Esse é o jeito que eu  me abro.
Tudo que escrevo hoje, é fato
Mas na sombra do desconhecido

Eu tenho uma ardente angustia
aquela que corrói, que degrada,
feito ferrugem que esfacela o peito,
Mora de cautela em baixo da cama.

Toda bagunça do meu intimo,
É o monstro de baixo da cama,
Que traz insonia para o acordar
Bom, agora não vamos falar dela.

Não te digo nada sobre a tristeza,
Onde acordo ainda sem família,
Mas sonho em compor essa partitura
Já que não a escuto desde a amargura.

Eu até já ensaiei um família,
Mas não era a minha novela
Foi difícil perder o capitulo dela.
Por isso gravei a fita e reprisei.

E então outra coisa que não digo,
É sobre o medo avistado da janela
Que aqui dentro não tem ninguém
E de fora pode ver a sala da inércia.

Será que eu nunca vou esta em casa,
Eu sinto que ainda não a construí
E morro de medo de ficar na rua,
Sujeito a caridade da auto estima.

E não vou dizer onde é o esconderijo
Por que tenho prazer de estar lá
Faz com que o tempo não exista
E tudo passe, passa que até eu passo.

Passo de tal forma que nem se vê
Correndo para os braços da esperança
E nela querendo, onde isso vai dar,
Mas esquecendo de hoje estar sendo.

Então chega o momento que não falo,
Mas de jeito nenhum, zero eu falaria
Que eu sinto falta interna e externa
Que não a reconhecimento de si,

Que eu me assombro de tal maneira
Que não vale nada tudo que eu fiz
A cicatriz esconde esse belo sorriso
E eu não vou te dizer qual é a raiz.