quarta-feira, 26 de março de 2014

O despertar

Queria saltar do ninho, lá no pé do alto
Olhar para baixo e sentir o arrepio
De quem está para aceitar o desafio
Que para viver basta só um Pulinho.

Acreditar que tenho asas, basta abri-las
Saber que o ninho é passageiro
E quando sair de tal zelo
Só voarei se enfrentar os atritos
Do vento, que por rebento faz o vôo.

Vôo para dentro abrindo horizontes,
Não se esconde é alto interage no ar
Descondiciona das curvas, campo livre
Alinhado com despertar da consciência.

Por outro lado posso cair estatelado
Me encontrar de face ao chão
Perder a memória e andar feito peão
Imagina só uma pássaro virar a esquina!

Meu maior medo é esquecer quem sou
Pobre de quem se perde de si
Pobre das asas que contornam quarteirão
Miserável de quem ainda nem se quer pulou.

domingo, 23 de março de 2014

Poder do abraço

Veio a sedução de improviso
Tão costumeira de balanço
Da beleza, do jogo, e império.
Dessa vez ela me sorriu
Transformou o ímpeto fugaz
Em uma serena mãos ao ar
Leve se moveu em minha direção
Passando pelos braços e costelas
Me atravessando profundamente.
Pude só sentir o encostar quente
Seus dedos em minhas costas
Me acalentando e inflamando
Trazendo calor para meu corpo.
Nossos rostos suavemente se tocam
Todo nosso corpo em comum acordo.
Pude senti-la, conhecer seu íntimo
Também me doava, me mostrava
Revelava puramente o sincero eu.
Depois, nossos rostos se curvaram
e assim levaram ao toque dos lábios.
O que antes era necessário e padrão
Se tornou complemento, genuíno.
A pintura livre daquele momento,
Edificou e levou todo prazer ao beijo.