Do pé de vento nasceu uma criança,
Ela nasceu feito borboleta voando.
Quando ainda era casulo já ouvia
E a pupa se enchia de despropósitos.
Até dizerem que ela seria pássaro,
Águia, mariposa, os dizeres a preenchia
E de gole foram propositando suas asas
Que de peso enferrujou e não voava.
No lombo da vida ela fez um ninho
E foi de passageira enquanto enrugava.
As rugas eram puxadas pelo anuviar
Fazendo o caminho de ser entupido.
Se entupiu com tantos copos de rótulos
Que ficou embriagada de paradigmas
Nas asas que antes existia arco-íris
Só batia o amarelo opaco do permanente.
A permanecia das asas em uma só cor
Perde o sabor de voar ao amanhecer,
Perdendo de vista o movimento do chão
Que de tanto rastejar o movimento,
Descobre que a incompletude pode voar,
Que as assas se despregam com o que falta
E do não saber pode-se dizer borboleta.
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