domingo, 13 de junho de 2021

Um broto de impermanência

La onde se planta a existência,

A chuva regou o tempo com medo

E foi assim que nasceu o escasso,

Uma flor que brotou no vento

E um ser a colheu para refeição.

Comeu pela manhã feito pão

E da janela que estava enrijecida  

Refazendo a luz já entardecida,

Eu vi o tempo beirando a perda

E de repente ele caiu no anseio...

Quase se afogou em mentiras

Mas o inacabável nada muito bem,

Suas braçadas de possibilidades

Ainda hão de se fazer mais chuvas.

Por que da agua se faz cantorias

E anoitecer ouvindo esse barulhinho!

Nos faz escrever o nosso sonho

Que redesperta o nosso eu risonho.

E rir de não ser só uma etiqueta

Nos leva a nos costurar sem marca

E de chuva podemos nos modelar

Preenchendo as nuvens que faltar

Para que nossas próximas colheitas

Sejam regadas pela chuva de riso

Levando embora o medo de existir

Escorrendo o eu sou assim

E brotando a impermanência. 





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