La onde se planta a existência,
A chuva regou o tempo com medo
E foi assim que nasceu o escasso,
Uma flor que brotou no vento
E um ser a colheu para refeição.
Comeu pela manhã feito pão
E da janela que estava enrijecida
Refazendo a luz já entardecida,
Eu vi o tempo beirando a perda
E de repente ele caiu no anseio...
Quase se afogou em mentiras
Mas o inacabável nada muito bem,
Suas braçadas de possibilidades
Ainda hão de se fazer mais chuvas.
Por que da agua se faz cantorias
E anoitecer ouvindo esse barulhinho!
Nos faz escrever o nosso sonho
Que redesperta o nosso eu risonho.
E rir de não ser só uma etiqueta
Nos leva a nos costurar sem marca
E de chuva podemos nos modelar
Preenchendo as nuvens que faltar
Para que nossas próximas colheitas
Sejam regadas pela chuva de riso
Levando embora o medo de existir
Escorrendo o eu sou assim
E brotando a impermanência.
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