segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O dia passante

O silêncio me chamou para entardecer
E eu, fui com ele para silenciar.
Ao acordar a cama estava convidativa
E me fez ficar mais um pouco com ela.

O fazer me persegiu pela manhã,
Veio chamar o silêncio para a balburdia.
O dia que emprestou a sua casa,
Disse para eu ganhar tempo comigo.

No início da tarde o Fazer veio a porta,
Queria levar o silêncio embora,
Mas ele ficou ao meu lado, mudo
E sem dizer nada, energizou o corpo
Que se levantou e foi se espreguiçar.

O fazer fez amizade com a mente
E ficaram papeando alto para eu escutar.
Era muito tentadora a conversa,
Já que o Tempo deixou o dia comigo
Era eu e ele entre o nascer do sol.

Com esse Tempo todo ao meu lado,
O Fazer não queria perder o Tempo.
Foi ai que fechei os olhos e senti
O Silêncio levando o Fazer para conversar,
Bem baixinho ouvi: - O fazer sem sentido se perde.

Ao abrir os olhos o Fazer estava na minha frente,
Calmo como nunca e entre uma respiração disse:
- Tome seu tempo que me apropriei,
Não vou mais usalo sem você. Olhou para o Sentir

O Fazer sentou e espiou o Sentir acabar,
O Sentir estava fazendo massagem no Corpo
E o Fazer esperou o seu momento de fala.
Na conversa eles decidiram fazer comunhão
Cada um agora teria seu momento e espaço.

Todos vieram até mim e viram o Silêncio,
Percebi o constrangimento e apreenção,
Dei um passo a frente do Silêncio e disse:
- Preciso ficar alguns instantes sozinho.
Todos, inclusive o Silêncio partiram.

Ao se aproximar o sol de nascer novamente
Percebi que o Cuidado ficou ali, ao meu lado.
Quando o Tempo me empresta o seu dia,
Cuidar de mim é o mais importante
O Fazer percebeu isso e fez coisa que gosto.

Abri a porta e os convidei para um chá,
Sentamos, bebemos, conversamos um bucado.
Eu vi que tudo agora estava integrado.
E eu achando que estava com a Solidão.
Bom deixa eu ir que tenho muitos eus para lidar.




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