segunda-feira, 22 de março de 2021

A relação fria

Não me venha com beleza fria,
esfriar meu leigo olhar viciado.
Visceral pela sua estética verde
Que amarga a mordida do tempo.

É desse lugar que nasce o fim
Fecundado pela falácia da mente
Que mente pelo mártir do ego
Guiado pela gula da desilusão.

Desnutrir do seu próprio prato,
Diz que dentro está sem roupa,
Rasgado, vais vestir-se pro outro
E penar, só pegando carona.

Cuidado para não cair da boleia 
Abraçado em ser sempre tripulante
Ajudante de suas encolhidas escolhas,
E navegar na relação em náuseas.

Andar de mãos dadas ao mar,
A deriva delirante do normal
O que faz "mal" é dado no dia a dia.
Difícil de se manter saudável. 

E se for para acordar sem amar,
Abrir a janela da jangada sem sol,
Saio de fininho aos flertes sozinho,
Acenando aos passarinhos livres.

Libertos desbravando o diferente,
Por que se não houver ou existir
O diferente, se não puder coexistir,
Vou desistir e caminhar cantando.

Saber saborear a melodia da voz,
Vivenciando a saudável solitude
Que quando nutre o nativo ser,
É natural acariciar amor de dentro.




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