domingo, 17 de março de 2019

Conto natural

Eu andava por ai ouvindo histórias,
Aquelas contadas pelo coração.
Aquelas que eram memórias
Ditas pela ingênua imaginação.

Elas vinham todas do interior,
Lugar onde mora a verdade,
Chama atenção pela autenticidade,
Depois faz embelezar o exterior.

Sinto que hoje me perdi por ai,
Ouço histórias do reino de lá.
O que você me conta na palestra
É contrário do escrito na sua testa.

Abro o livro das suas histórias
Vejo elas sendo contadas por outros,
Vejo você contando outras histórias
E as suas a milhares de quilômetros.

Nesses contos há grandes desejos,
Alguns querendo mudar o mundo,
Alguns deixam os nossos lampejos
e saem do um e vão para o segundo.

Sinto Saudades dos vários enredos
Aqueles contados quando era criança
Onde não tínhamos os grandes medos
E as histórias eram da nossa essência.

O mundo era tão bom de se ouvir,
Não havia nada a se corrigir.
É hora de colocarmos vírgulas e lenhas,
Mudando as nossas próprias resenhas.

Então nossas histórias se alinham,
Vão de encontro a nossa natureza
E a sua infinita e efêmera Beleza,
Onde a vida e a morte caminham.

Sem a história do felizes para sempre,
Com um início, mas sem o ponto final,
Reescrevendo-a, mudando-a sempre,
Partindo sempre do seu conto natural.

















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