segunda-feira, 22 de julho de 2019

Olhos covardes

Eu sempre procurei o amor,
uma procura árdua e intensa,
Ele era tipo a minha crença
e para o meu corpo o vapor.

Mas sempre o via bem distante
E se afastando do horizonte.
Passei primaveras de bafafá só,
Por achar que não era seu xodó.

Cheguei a me despir em escrita
para que enfim ele me escutasse,
e como se não bastasse, fui longe,
o nomeie como o meu parasita.

O culpava de toda minha inércia,
que só seria quem eu queria,
quando ele curasse a carência.
E a parti dai eu poderia então agir.

Foi ai que resolvi comer meu dia
Para que só pudesse o ouvir.
Quando ele me desse um alguém
Eu poderia não me achar aquém.

Só não sabia que enquanto escrevi,
Houveram tantos casos de amor,
Tantos... que não daria para contar.
E sabe porque eles não estão aqui?

Por que eu menti, sim fiz mentir!
E digo isso engolindo tanta dor.
Mas preciso gritar para ouvir,
Eu menti, eu menti, eu menti!

Falei que as poesias eram elas,
Aquelas que eu podia dizer sim
Por que elas já tinha um não
E eu não precisava sair do jardim.

E para aqueles casos de amor,
Ai! Para esses eu não escrevi,
Eles não podiam dar o que perdi
Que era me atribuir atributos.

Percebi que os sims vieram
desmerecidos por me quererem
Já o não, eu via como sábio,
Dispensam logo alguém inábil.

Então, foi assim que descobri.
Que não me estou enamorado,
Não me quero beijar ou estar,
Na verdade me vejo desbotado.

E não adianta passar as tardes
Querendo anoitecer entrelaçado
Se não há laços nos meus braços ,
Se meus olhos são covardes.


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