segunda-feira, 29 de julho de 2019

As pernas que não pude acompanhar

Ai se a lua cheia falasse,
Ela cantaria sua luz entre o coqueiral
E em um sigiloso copo vinho,
Ela banharia os corpos de um amor
Tao intenso e inconsciente,
Que só amanhecer saberia explicar.

Ele diria que aquele vento passante
Veio das asas do passarinho,
Aquele que ao avistar os olhos,
Fixou o voo do meu olhar.
Que só não a olhava quando se fechava em dança.

E as manhãs que acordavam com cheiro de ar,
Me envolvendo em um furacão tão suave
Que logo me tirava um sorriso desperto,
E de tão desperto eu flutuava nas horas 
E o dia era um mergulho no Gandhi.

Agente saia de mãos dadas por ai
E minhas mãos a sentia divertida
Me cuidava com essa alegria,
Me perfurava os sentimentos
E os findava no sonho de sua boca.

Perpassou o tempo e o pássaro voou
Percorreu o seu caminho liberto,
Livre para ciclo que mostra a lua
Com não só cantar, mas também uivar,
Gritando aquele sorriso de mulher.

Agora eu ouvi dizer que o pássaro,
O pássaro, ele não tinha asas,
Mas sim pernas tão rápidas, tão rápidas
Que eu, mesmo ágil, astuto e sagaz
Não fui capaz de a acompanhar

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