segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Trem para as estrelas

Logo cedo se pôs para fora Gabriel
No céu ele viu o sol em decadência.
Desabando o barranco de nuvens verdes
E caia feito desamor e desencontros.

Caia sem fim, e de dentro não saia
Seu poço era tão dor de desperdício,
Não havia de enxergar o amanhecer.
O sol que chegará perto queimava.

O poço transmutou de avido a árido
E não mais se bebia o licor de amor.
Gabriel destoava de ver tanta perda
Da inépcia do sol que no poço jazia.

Foi de gelo que enrijeceu o cortejo
Não derretia em copo de ninguém
Só bebia na taça que não tem nada
E logo forjava de medo a retirada.

De tanto pesar sufocou o peito
E do leito fez o gozo da alvorada,
Entardeceu os olhos com pétalas
Recebendo o aroma da gentileza

Agora Gabriel também recebia
E não só dava, foi encantado
A dança mudava de condução
Gabriel se permitiu ser cortejado.

Assim ele pode conhecer o cume
Lavar o medo em água canoeira
Tirar da adega o macho-cado velho
La na pedra do mar e sair do regime.

Foi assim que o Gabriel reviu o sol
Junto com aquela luz do amanhecer
Ela trouxe do pretérito a entonação
Que desafinava o tom da relação,

No final do dia ao voltar a porta,
Gabriel sentiu do sol um progresso
Algo novo ingeriu o obsoleto conceito
E viu do dorso o efeito de experimentar.











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