É Carnaval
Eis que a folia se revela
E agente apela para liberdade
Caem se as mascaras de papel
Que desenhamos as repressões
Caem se em demasia as cousas
Que nos prendem nas ilusões.
A roupa de quem se esconde cai,
O esconderijo do medo se esvai
E revela o corpo, e revela ela.
E ai, de repente danças, abraços,
Conversar abertas e muitos beijos,
Que estão livres de quaisquer conceitos.
É Carnaval
Aquele medo das traças que a roem
Não convêm, porque eles saíram.
Também se libertaram de algo,
Estão agora em algum lugar vago.
Vestidos de roupas sensíveis
E abrindo seu substantivo feminino.
Os encontros não são mais adjetivos,
Pronomes ou coisa e tal, ele é real,
Provindo do ser, da vontade de sentir
Pela liberdade de não ser conceitual.
Os beijos não vão me nomear a nada
E isso é o Carnaval meu camarada.
É Carnaval
Ainda que essa liberdade e comunhão,
Venha acompanhada de uma alteração,
Algo externo que nos conecta a essa ação,
Vale sim sair se jogar e experimentar,
Vale trocar de roupa e virar a fantasia
Contar a história de Era uma vez Folia.
Talvez um dia, depois de tantos Carnavais,
Deixemos o externo e bebemos o interno,
Tomemos doses de carnaval o ano inteiro
Sendo roupas sensíveis ou não a tendo
Atento com as vontade e não os adjetivos
Sendo passistas e não só passantes nessa vida.
É Carnaval.
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