Um avoar de quem canta
E encanta na ingenuidade
Com palavras de assovio
Que ensurdecem de energia.
Esse foi o papo que tive
E obtive um bom mestre
Salve mestre passarinho
E o seu despretencioso canto.
Você já parou um dia
E quis entender o uirapuru?
Essa poesia que assovia
Não há de ter significado.
Já reparou a semelhança
Que tem a poesia e a criança?
Da boca as imagens saltam
E se cria, recria e transcria. (ato de criar subjetivamente)
Você pode ser perna de pedra
Ver a cor do ar dentro do copo
Ter tatuado sua licença poética
No pleno verão de seu corpo.
É assim que grita no pulo
Um gaiato inventivo
Que criou na mão o mundo
E transviu tudo que há.
E ele não parou por ai
Percebeu que nessa lixeira
Havia muitos restos de era
E foi de retalhos pintando.
Era cada emoção de tinta
Que quando já estava parede
Pediu agua de aquarela
E a cada gota se transformava.
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